História da Historiografia: International Journal of Theory and History of Historiography: Anúncios
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<p><em>História da Historiografia</em> publica artigos originais e de revisão nos campos da teoria da história, história da historiografia, história intelectual e áreas afins em periodicidade quadrimestral. Está classificada no estrato A1 da avaliação Qualis da Capes, no Q1 do SCImago Journal Rank. É publicada pela Sociedade Brasileira de Teoria e História da Historiografia (SBTHH) em uma parceria interinstitucional com os Programas de Pós-Graduação em História da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) e da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO).</p> <p> </p> <p><span class="EOP SCXW220473143" data-ccp-props="{"201341983":0,"335551550":6,"335551620":6,"335559739":200,"335559740":276}"><a href="https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/" rel="license"><img src="https://i.creativecommons.org/l/by/4.0/88x31.png" alt="Creative Commons License" /></a><br />Este trabalho está licenciado sob uma licença <a href="https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/" rel="license">Creative Commons Attribution 4.0 International License</a>.</span></p>pt-BRChamada para envio de artigos para o Dossiê ''Antropocentrismo e História''
https://revistahh.emnuvens.com.br/revista/announcement/view/61
<p>As humanidades carregam antropocentrismo em seu próprio nome. Com a história não é diferente. Desde que foi institucionalizada e definida pela tradição como a “ciência dos homens [sic] no tempo” (Marc Bloch), sua referência tem sido a história da humanidade. O antropocentrismo da disciplina – a saber, a noção de uma essência humana estável e universal que pode servir como medida de todas as coisas – foi questionado por várias correntes de pensamento nas últimas décadas, por meio das críticas pós-estruturalistas, pós-coloniais, feministas e da teoria de gênero, bem como por estudos pós-humanistas. Este dossiê, em diálogo com os desafios de nosso tempo – como as mudanças climáticas, as pandemias, a migração, os prospectos de extinção tecnológica e em massa, guerras e violência –, propõe reunir trabalhos acadêmicos que questionem os limites da visão antropocêntrica da história e explorem as possibilidades de estudos históricos não antropocêntricos (ou, pelo menos, menos antropocêntricos).</p> <p>Essa não é uma tarefa fácil. O que está em jogo não é apenas o antropocentrismo – entendido como um avatar extremista do humanismo – mas também a historicidade, a crença no fluxo da história e na passagem do tempo como aspectos inerentes e universais da vida e da morte, bem como da evolução e da extinção. Também reconhecemos que a promoção ou não do não antropocentrismo – e a questão do excepcionalismo humano em geral – envolve uma ampla discussão sobre responsabilidade e ética na história (Domańska, 2024).</p> <p>Juntamente com Donna Haraway (1988) e muitos outros autores, estamos convencidos de que as noções fundamentais de excepcionalismo humano e historicidade excluíram e marginalizaram formas alternativas de ser e conhecer. Em vez de uma posição neutra ou imparcial, elas devem ser vistas dentro de contextos sociais, culturais e históricos específicos. É uma tarefa geracional revisitar essas noções, reconhecendo as diversas perspectivas, mundos e formas de conhecimento, na busca de novos conceitos capazes de lidar com os desafios de uma nova condição histórica. Essa tarefa também envolve debater significados possíveis (ou futuro-orientados) para experiências emergentes – algumas radicalmente novas, outras decorrentes de passados sombrios – tendo como pano de fundo transformações aceleradas e profundas induzidas pela atividade humana em um domínio ambiental e tecnológico entrelaçado, repleto de agências enriquecidas, não humanas e humanas, abrangendo paisagens epocais e antropocênicas (Simon, 2020).</p> <p>Portanto, questionar os fundamentos da história como disciplina envolve não apenas uma tarefa de desconstrução, mas sobretudo a elaboração de “conceitos de ponte” e abordagens relacionais para a coexistência e colaboração entre conhecimentos ocidentais e não ocidentais, humanos e não humanos, englobando as humanidades e as ciências naturais (Marino, 2022; Domańska, 2020), ou assumindo a forma de “conceitos conectivos” (Simon 2020) por meio de debates públicos mundiais, como o debate sobre o Antropoceno ou sobre os perigos da inteligência artificial, referindo-se a uma realidade mais que humana, ambiental e tecnológica (Bonaldo, 2023; Tamm & Simon, 2020).</p> <p>Convidamos uma gama diversificada de contribuições que escrutinem o funcionamento das narrativas históricas tradicionais centradas no ser humano e se aventurem a explorar alternativas holísticas e relacionais para a história. Por um lado, buscamos trabalhos que explorem as limitações da construção de uma humanidade amplamente eurocêntrica, reconhecendo as influências do colonialismo e do capitalismo global, bem como as interseções com a tecnologia, a natureza e os sistemas de conhecimento não eurocêntricos. Por outro lado, esperamos receber contribuições que se dediquem a examinar a condição histórica contemporânea, o papel ativo de entidades não humanas na formação da história e as influências mútuas entre humanos, não humanos e o meio ambiente. São particularmente bem-vindas abordagens que integrem perspectivas da história ambiental, história animal, big history, história profunda, implicações do Antropoceno para a história humana e perspectivas trans e interdisciplinares, como ecologia, etologia e estudos de ciência, tecnologia e sociedade (CTS). Por fim, também incentivamos o envio de trabalhos que empreguem metodologias inovadoras para mapear a agência não humana e reflitam sobre as implicações éticas do antropocentrismo.</p> <p>O objetivo último deste dossiê é compilar uma coletânea que promova uma historiografia mais emaranhada e multiespecista, reconhecendo a coexistência de todas as formas de vida e entidades na construção do conhecimento histórico. Para tal, busca-se fomentar contribuições que ampliem o escopo da historiografia tradicional para incluir interações mais que humanas e considerações éticas a fim de promover uma compreensão abrangente de nossas temporalidades entrelaçadas.</p> <p> </p>História da Historiografia: International Journal of Theory and History of Historiography2024-07-21Chamada para envio de artigos para o Dossiê ''Arquivos etnográficos: outras inscrições e epistemologias do som e da escuta”
https://revistahh.emnuvens.com.br/revista/announcement/view/60
<p>Na perspectiva de que a produção de conhecimento etnográfico está mediada pelas subjetividades e contextos socioculturais e políticos que subjazem e surgem das interações no campo, bem como pelos pressupostos paradigmáticos ou teóricos da pesquisa, o Dossiê “Arquivos etnográficos: outras inscrições e epistemologias do som e da escuta” busca primeiramente problematizar a noção positivista que os “arquivos” constituem reservatórios de registros materiais e significados estáveis de realidade (Garcia 2018, 2019, 2021) — uma contestação formulada pelo chamado “giro arquivístico” (Derrida 1997, Steedman 2002). Além disso, busca ampliar os debates ontológicos, epistemológicos e estéticos a respeito das práticas de inscrição e representação, bem como os devires inconclusos e instáveis dos registros e arquivos.</p> <p>Especificamente, fazemos o convite a expandir a compreensão dos arquivos e registros sonoros para além das qualidades e tecnologia de seus suportes materiais — gravações, partituras, transcrições —, contemplando a noção de que os diversos contextos e formas de inscrição da escuta — discursos, performatividades, condições acústicas e disposições auditivas (Ochoa, 2014) conversam com agendas, usos e pressupostos particulares. Tal noção compõe uma particularidade de vozes que excedem a representação e fixação institucional de sentido.</p> <p>Em relação a este último, o Dossiê também atende à geração de diálogos interculturais descentralizados e/ou outros deslocamentos que complexificam e/ou questionam a unidirecionalidade da produção de conhecimentos especializados — etnográficos, históricos, etnomusicológicos, organológicos, entre outros—, evidenciando a emergência de outros atores, intervenções e cenários de criação, transmissão e escuta (Appadurai, 2003). Tal é o caso dos processos decoloniais de “restituição”, através dos quais se tem buscado reparar a fratura colonial provocada pelo ouvido e pela episteme ocidentalcêntricos da pesquisa científica e dos registros etnográficos (Tuhiwai 2016).</p> <p>Neste sentido, nós do Núcleo Milenio Culturas Musicales y Sonoras (CMUS) convidamos pesquisadores/as a apresentar trabalhos que discutam e reflexionem sobre a situacionalidade e posicionalidade dos documentos e arquivos sonoros em geral e, mais especificamente, dos regimes de auralidade e espectralidade que subjazem à produção de conhecimento antropológico.</p> <p>Propõe-se alguns núcleos temáticos, tais como:</p> <ol> <li>Epistemologia da escuta: exploração das formas de conhecimento que emergem das práticas auditivas e seu impacto em metodologias das ciências sociais tais como a etnografia, a geração de fontes e a análise do arquivo histórico;</li> <li>Tecnologias de gravação e seus contextos socioculturais: análise de como as tecnologias de gravação e a perspectiva de quem registra influem na produção e percepção dos arquivos sonoros;</li> <li>Performatividade e som: estudo das práticas performativas e sua relação com a criação e conservação de registros sonoros, transmissão de história e memória;</li> <li>Arquivos sonoros e decolonialidade: reflexões sobre os processos de geração e/ou restituição de arquivos e seu papel na reparação da fratura colonial;</li> <li>Condições acústicas e subjetividade na etnografia: pesquisas sobre como as condições acústicas e a subjetividade do pesquisador influenciam tanto na captura e na análise de dados etnográficos quanto na construção de conhecimento;</li> <li>Políticas do som: exame de como as políticas e regulações institucionais impactam na criação, conservação e acesso aos arquivos sonoros;</li> <li>Arquivos sonoros e representação e representação cultural: estudo de caso sobre como os arquivos sonoros representam as culturas locais e tradicionais;</li> <li>Usos e reusos de arquivos sonoros: exploração das práticas de uso e reuso de arquivos sonoros em distintos contextos e suas implicações para a investigação sócio-cultural.</li> </ol> <p> </p>História da Historiografia: International Journal of Theory and History of Historiography2024-07-21Chamada para envio de artigos para o Dossiê ''Editar a história: historiografia, memória e divulgação''
https://revistahh.emnuvens.com.br/revista/announcement/view/59
<p>Esta proposta de dossiê temático considera duas perspectivas: 1) o reconhecimento das publicações (impressas e digitais) como veículo privilegiado de divulgação do conhecimento histórico; e 2) o recurso à história como eixo de projetos filosóficos, ideológicos e globalmente políticos, mediante a utilização do meio escrito (de panfletos a jornais, de revistas a séries de fascículos, passando por colecções de livros). Dito de outro modo, pretendemos, por um lado considerar a historiografia e, de modo mais lato, os temas da história como objeto de publicações e projetos editoriais (de livros, periódicos e papéis vários) específicos entre o século XIX e XXI e, por outro, descortinar projetos políticos e/ou intelectuais que, sob diversos suportes de impressão, edição e distribuição, mobilizaram a história produzindo um campo de conhecimento, uma divulgação científica ou pedagógica, mas também uma memória (disciplinar ou doutrinária) ou um propósito de patrimonialização e/ou musealização. Privilegia-se nesta dupla perspectiva a íntima relação entre os aspectos editoriais e o discurso histórico. Procurando firmar uma interlocução com o escopo e espírito da História da Historiografia, nossa proposta é colocar em diálogo estudos que trabalhem aspectos teórico-metodológicos da História como disciplina e como campo de conhecimento ou do passado como instrumento intelectual e político, privilegiando os caminhos de uma área vasta e plural de análise e pesquisa como a história e a sociologia da edição, da comunicação escrita e da cultura impressa (e digital), bem como as ciências da informação.</p> <p>O dossiê sugere tópicos de desenvolvimento de estudos originais como:</p> <p>- A História na imprensa periódica;</p> <p>- Edição de livros e coleções de História nos séculos XIX, XX e XXI;</p> <p>- Revistas de História em perspectiva: jornalismo, impressos pedagógicos e historiografia;</p> <p>- Temas históricos e cultura escrita;</p> <p>- Editores, autores, adaptadores, tradutores e directores de coleção ou periódico;</p> <p>- A cultura impressa como campo de lutas simbólicas em torno da história;</p> <p>- Casas editoriais e projetos de edição em história nos séculos XIX, XX e XXI;</p> <p>- A história e a circulação de impressos no mundo Atlântico.</p>História da Historiografia: International Journal of Theory and History of Historiography2024-07-21Chamada para envio de artigos para o Dossiê ''Novas chaves historiográficas em filosofia ibero-americana''
https://revistahh.emnuvens.com.br/revista/announcement/view/58
<p>Partimos da necessidade de revisar os critérios metodológicos convencionais que inspiraram a historiografia do pensamento ibero-americano durante as últimas décadas. Esta tarefa ainda não foi desenvolvida com a complexidade e profundidade que merece e queremos contribuir para isso abrindo um debate em torno de diversas questões. Além de paradigmas muito explorados, como o historicismo positivista, o nacionalismo cultural ou o patriarcado, queremos considerar o potencial metodológico de outros referentes. Entre outros, o feminismo, a história conceitual, a “história cruzada”, a memória crítica, a razão histórico-hermenêutica ou a perspectiva dos povos originários.</p>História da Historiografia: International Journal of Theory and History of Historiography2024-07-21Chamada para envio de artigos para o Dossiê ''Entre história intelectual e sociologia dos intelectuais''
https://revistahh.emnuvens.com.br/revista/announcement/view/57
<p>Nas últimas décadas, o número de pesquisas realizadas na América Latina que se enquadram na perspectiva da história intelectual cresceu significativamente. Desde a consolidação metodológica da opção por não reduzir as ideias ao seu contexto socioeconômico, pelo menos dois programas distintos de abordagens a ideias ou discursos foram testados no nosso continente. Diante de uma “história das ideias” que, durante décadas, discutiu a progressão dos desenvolvimentos intelectuais segundo a participação em uma originalidade latino-americana e emancipatória, propôs-se uma “história intelectual” orientada a analisar das ideias de um determinado momento – seja sobre questões políticas, disciplinas científicas, movimentos culturais etc. - em relação aos percursos materiais que possibilitaram a circulação dessas ideias, à sociabilidade e às biografias intelectuais, à temporalidade da leitura e aos usos dessas ideias. Enquanto em diversas expressões europeias essa história intelectual aparece ligada à “virada linguística”, na Argentina e no México, dois claros centros de história intelectual, ela tende a ser associada à “virada material”, e com ela à história do livro e edição e à reconstrução do itinerário político-cultural não só das elites intelectuais, mas também daqueles que realizavam tarefas de edição, eram gestores culturais ou escritores de livretos ou panfletos. No atual desenvolvimento da história intelectual também é possível perceber uma “virada arquivística”, uma vez que o exaustivo rastreamento biblio-hemerográfico, a construção reflexiva do corpus documental e o tratamento de seus materiais atento ao ordenamento e à procedência destes nos arquivos, aparecem como condições básicas de nossa história intelectual. </p> <p>Segundo mostram as respostas à recente “Encuesta sobre la historia intelectual en el siglo XXI” coordenada pela dra Natalia Bustelo para <em>Políticas de la memoria</em> n° 22 (2022) e a investigação sobre a recepção argentina da Escola de Frankfurt publicada na <em>História da Historiografia</em> n° 32 (2020) por Alexandra Dias Ferraz Tedesco, nossa história intelectual também se vincula estreitamente com a sociologia dos intelectuais, apontando para a possibilidade de pensar o entrecruzamento entre a feitura das ideias, o trânsito de seus portadores e as dinâmicas institucionais que circunscrevem sua fortuna crítica. Nesse sentido, o presente dossiê também procura explorar a possibilidade de que observatórios metodológicos como as trajetórias e as biografias, as prosopografias intelectuais e a investigação de dinâmicas institucionais, também possam figurar entre as especificidades que fortalecem uma história intelectual pensada na e para a América Latina. Propomos, enfim, que a aproximação da história intelectual com a sociologia dos intelectuais é um convite à abertura a discussões teóricas sobre a própria prática da história intelectual.</p> <p>Tendo em vista esses debates, este dossiê busca consolidar o diálogo entre as equipes de pesquisa de Buenos Aires, de São Paulo e do Rio de Janeiro, e tem como justificativa principal o papel protagônico que Brasil e Argentina ocupam no debate continental e global sobre a história intelectual e a sociologia dos intelectuais. Pensando no impacto dessa rede nas reflexões sobre esse campo de pesquisa, o dossiê reúne artigos que, assumindo a perspectiva da história intelectual, realizam pesquisas que revisam dimensões e características das intervenções de professores e estudantes que se convertem à condição de intelectuais e, com isso, além de participar de diferentes processos de institucionalização, constroem historiografias, editam livros e revistas e participam de agrupações políticas e culturais. Contempla também artigos e contribuições que incidem sobre as possibilidades de encontro disciplinar entre a história intelectual em sua acepção clássica e a sociologia dos intelectuais, assim como reflexões mais abrangentes sobre novos atores intelectuais e as dinâmicas contemporâneas de consagração que extrapolam as dimensões rigidamente universitárias. Finalmente, o dossiê pretende contribuir para um debate metodológico sobre como as ferramentas da história intelectual, em suas múltiplas acepções, podem contribuir para o entendimento das dinâmicas culturais e acadêmicas dos países latino-americanos.</p>História da Historiografia: International Journal of Theory and History of Historiography2024-07-21Chamada para envio de artigos para o Dossiê ''Teorias da história e histórias da filosofia: qual diálogo possível?''
https://revistahh.emnuvens.com.br/revista/announcement/view/56
<p>As disputas disciplinares entre a história e a filosofia possuem uma história que é, ela mesma, uma história cruzada, com um recíproco empréstimo de categorias e de métodos. Trata-se de desnaturalizar a oposição comum entre uma “história (ahistórica) da razão”, que seria responsabilidade do filósofo, e uma “história sucessiva de fatos empíricos”, que seria responsabilidade do historiador. A investigação dos processos de autonomização e profissionalização de cada discurso pode contribuir para uma maior consciência a respeito dessa doxa. Tanto a filosofia quanto a história reivindicam sua legitimidade para definirem concepções de temporalidade e periodizações: as ideias de século, época, progresso, evolução, declínio, avanço, atraso etc. possuem sentidos em ambos os campos do conhecimento. Dessas definições decorrem políticas do tempo que justificam epistemologias nacionalistas e colonialistas, para as quais a noção de universalidade apresenta papel central. Alinhado ao foco da revista <em>História da Historiografia</em>, o objetivo do dossiê é reunir artigos inéditos que problematizem o tempo e outros objetos comuns à filosofia e à história, de modo relacional e interdisciplinar, provocando deslocamentos sobre as visões comuns que cada disciplina possui de si mesma. As abordagens podem passar pela filosofia da história, história da filosofia, sociologia da filosofia, teoria da história, história da historiografia e história intelectual.</p> <p>Possíveis eixos:</p> <ul> <li>Hierarquias disciplinares: autonomização e profissionalização da história e da história da filosofia;</li> <li>Concepções de temporalidades e periodizações: ideias filosóficas e históricas;</li> <li>Políticas do tempo: nacionalismos, colonialismos e universalismos;</li> <li>Discurso histórico e discurso filosófico: ficção, narrativa e literatura;</li> <li>Construções do contemporâneo: políticas da memória.</li> </ul>História da Historiografia: International Journal of Theory and History of Historiography2024-07-21Chamada para envio de artigos para o Dossiê ''Narrativa em contexto latino-americano''
https://revistahh.emnuvens.com.br/revista/announcement/view/55
<p>A narrativa constitui um problema de investigação transversal, que congrega um amplo espectro das Ciências Sociais e Humanas, da História à Sociologia, da Ciência Política à Antropologia, mas também das Humanidades, albergando contributos nomeadamente dos Estudos Literários, das Ciências da Linguagem e da Filosofia.</p> <p>Os estudos acerca da narrativa estimulam o diálogo interdisciplinar, desde logo pela polissemia que esta patenteia, podendo ser encarada como eixo, elemento agregador ou método, sem esquecer sua referência e problematização da linguagem, dos conceitos, dos ideários, da imaginação em suas diversas e heterogêneas conexões com a sociedade e as instituições.</p> <p>Numa perspectiva microanalítica, o estudo da narrativa permite reconhecer como o enredo, os códigos, a linguagem, a semântica, a imaginação, a intriga e o próprio texto, entre outros aspectos, subsumem mas também ultrapassam análises centradas em palavras ou contextos. A narrativa patenteia ainda maior abrangência e abertura na compreensão da própria história e os modos pelos quais é escrita e disseminada; conjugando dimensões ontológicas, políticas, ideológicas, éticas e deontológicas, teórico- epistemológicas.</p> <p>Entende-se que a narrativa pode ser um eixo ou fundamento que amplia o debate entre a História da Historiografia, a Educação Histórica e a Teoria da História, mantendo a especificidade respectiva e promovendo convergências e cruzamentos. Privilegiando-se a Historiografia Latino-americana como espaço de reflexão e análise, serão propostos alguns núcleos temáticos, tais como:</p> <ol> <li>A natureza da narrativa, aspectos filológicos, semânticos, genológicos e conceituais.</li> <li>Narrativa e Ciências Sociais, encontros e desencontros;</li> <li>Relações entre a narrativa histórica e Historiográfica, os Estudos Literários, as Ciências da Linguagem e a Filosofia;</li> <li>Narrativa, História da Historiografia, Educação Histórica e Teoria da História;</li> <li>Estudiosos da Narrativa: Paul Ricoeur, Hayden White, Frank Ankersmit, Jerzy Topolski, entre outros, da Hermenêutica ao Linguistic Turn, passando pela Filosofia Analítica;</li> <li>Políticas da memória e narrativa: tensões, dilemas e potencialidades, da crítica de fontes aos traumas e reparações;</li> <li>Diálogos entre a narrativa histórica e historiográfica, o cinema e as artes visuais, albergando as ligações entre os controversos domínios da palavra e da imagem;</li> <li>A narrativa e as temporalidades: ligações complexas;</li> <li>Narrativa e crises: uma problemática instigante;</li> <li>Narrativa, novos media, redes, hiperligações e cibercultura;</li> <li>A narrativa em contexto latino-americano.</li> </ol> <p> </p>História da Historiografia: International Journal of Theory and History of Historiography2024-07-21Chamada para envio de artigos para o Dossiê ''Imagens de “si”: história, literatura e memória''
https://revistahh.emnuvens.com.br/revista/announcement/view/54
<p>Esta proposta de dossiê temático se sustenta em um tema de abordagem interdisciplinar, o qual tem sido protagonista de diversas pesquisas historiográficas e demais campos das ciências humanas e sociais, aparecendo em artigos atuais de historiadores dos mais diversos enfoques, e sendo o pilar de desenvolvimento de periódicos científicos de proeminência, como, por exemplo, a <em>Life Writing</em>, publicada pela Taylor & Francis. De organizações como a International Autobiography Association (IABA), responsável por eventos que reúnem os especialistas do campo, a periódicos dedicados ao tema, a escrita autobiográfica evidencia-se como fonte das mais diversas pesquisas e enfoque de múltiplos campos teórico-metodológicos do conhecimento.</p> <p>Há uma ampla disseminação dessas documentações em publicações dos últimos cinco anos, as quais contam com exemplares que refletem a complexidade e pluralidade do campo, como visto nos volumes, para citar alguns exemplos: <em>Career Construction Theory and Life Writing</em>: Narrative and Autobiographical Thinking across the Professions (2021) de Hywel Dix; <em>Essays in Life Writing</em> (2022), editado por Kylie Cardell; e <em>The Selfless Ego</em>: Configurations of Identity in Tibetan Life Writing (2023), de Lucia Galli e Franz Xaver Erhard.</p> <p>Enquanto fonte historiográfica, é passível de ser analisada por diferentes metodologias, abrangendo pesquisas quantitativas (prosopografia, por exemplo) e qualitativas, além de servir como um veículo para pensar abordagens atuais em estudos de gênero e sexualidade, grupos étnico-raciais, interseccionalidade, subalternidades, diferentes classes sociais etc., a depender dos sujeitos que as produzem. Possibilita, ainda, o retorno e o reenquadramento de diálogos caros à historiografia, do ponto de vista teórico-metodológico, como a relação entre história e literatura; verdade e ficção; subjetividade e objetividade; coletividade e individualidade; memória; testemunho; ego-história etc. Neste sentido, as autobiografias escritas por historiadores têm recebido uma atenção maior nos últimos anos, com figuras como Jaume Aurell e Jeremy D. Popkin retomando a escrita da história enquanto narrativa – abordagem já explorado por Hayden White e Dominick LaCapra –, para propor que: essa recontextualização da escrita historiográfica em meio às ferramentas literárias e narrativas, permite que pensemos sobre as autobiografias de historiadores, que narram seus processos teórico-metodológicos, de forma a enquadrarmos estes textos em um viés de reflexão historiográfica; mas também pensarmos as relações e fronteiras entre história e ficção por meio destes textos.</p> <p>Por fim, ao abarcar vários recortes temporais, com fontes produzidas em diferentes contextos, o tema deste dossiê temático incentiva a análise das múltiplas camadas que compõem a complexa narrativa da existência humana ao longo do tempo, partindo de uma análise do “eu” enquanto autoridade do discurso de si mesmo e testemunho de seus desdobramentos, e seguindo pelo entrelaçamento de recordações, memórias e experiências de vida. O que, em si, dialoga com o foco e escopo da revista ao propor um local de reflexão sobre uma parcela das fontes que usamos na historiografia e sobre as formas de registro e inteligibilidade do passado, empregadas pelos sujeitos que estudamos.</p> <p>Assim, o presente dossiê temático têm por objetivo abranger produções que dialogam com os seguintes eixos temáticos (apesar de não limitados a):</p> <p> </p> <ol> <li>A escrita e/ou representação autobiográfica como fonte em suas variadas formas de produção e publicização;</li> <li>A influência de locais e tempos históricos na produção das fontes de cunho autobiográfico e/ou de narrativas de “si”;</li> <li>As diferentes formas e composições que configuram a autobiografia ao longo do tempo, espaço e abordagens variadas (culturais, interseccionais, de gênero, religioso, etc.);</li> <li>Metodologias e escopos teóricos possíveis ao se pensar as “imagens de si” ao longo da história;</li> <li>A possibilidade de diálogos interdisciplinares ao se ter fontes de cunho autobiográfico como centro de investigações.</li> </ol>História da Historiografia: International Journal of Theory and History of Historiography2024-07-21Chamada para envio de artigos para o Dossiê ''História e ficção: hibridismos e reflexividade''
https://revistahh.emnuvens.com.br/revista/announcement/view/53
<p>Este dossiê tem como propósito geral discutir a relação entre história e ficção e as diferentes configurações históricas do problema. Interessa-nos perguntar sobre as interseções entre os discursos históricos e ficcionais, seus fundamentos específicos, suas diferenciações e também como essas relações se modificam historicamente. Sabe-se que a relação e as especificidades dos discursos histórico e ficcional são, por excelência, um problema moderno e contemporâneo. Ele se coloca, pelo menos, desde a separação entre história e ficção, com a definição de um estatuto científico da história e a procura de um estatuto próprio para o ficcional, nos séculos XVIII e XIX. No entanto, desde as décadas de 1970 e 1980, a Teoria da História e a Teoria da Literatura – com autores como Hayden White, Paul Ricoeur, Catherine Gallagher, Linda Hutcheon etc., ou mesmo com a própria literatura modernista e pós-modernista – têm problematizado essa separação e focalizado o que esses gêneros teriam em comum: são construtos linguísticos convencionalizados, intertextuais e que mobilizam dispositivos retóricos em suas representações da realidade. Nas últimas décadas, com a incorporação dos debates sobre memória, com as perspectivas pós-coloniais e decoloniais e com a produção de obras literárias marcadas pelo hibridismo formal e pela interseção entre o histórico e o ficcional, o debate sobre os limites entre história e ficção ganhou novo fôlego teórico e historiográfico. Nesse sentido, esse dossiê pretende abordar o tema geral da história e da ficção a partir de um recorte mais específico: o das produções marcadas pelo hibridismo das formas e dos gêneros literários, pela autoreflexividade e pelas novas performances do ficcional. Esse recorte se justifica pela sua atualidade e relevância no interior dos debates contemporâneos a respeito do estatuto do conhecimento histórico. De fato, de Hans Gumbrecht (<em>1926</em>: vivendo no limite do tempo, 1997) a Ivan Jablonka (<em>Laëtitia ou la fin des hommes</em>, 2016) ou Gloria Anzaldúa (<em>Borderlands/La Frontera: The new mestiza</em>, 1987), percebe-se a elaboração de obras com construtos historiográficos autorreflexivos, que reinterpelam as condições de possibilidade de representação do real. Por sua vez, obras literárias como as de Silviano Santiago (<em>Em Liberdade</em>, 2011), de Felipe Charbel (<em>Saia da frente do meu sol</em>, 2023) ou de Octavia Butler (<em>Kindred</em>: laços de sangue, 1979) têm performado, em meio a hibridismos entre o historiográfico e o ficional, as condições de possibilidade de se ficcionalizar a realidade histórica e suas (des)esperanças. Essas obras, a rigor, antes de esgotarem a questão, são apenas alguns casos tanto de experimentos com uma escrita formalmente híbrida e autorreflexiva como de performances contemporâneas do ficcional. Mais que tudo, elas indiciam como a história e a ficção têm alimentado, de maneira criativa, híbrida e reflexiva, os debates sobre o estatuto da realidade histórica, seja numa dimensão epistemológica (por exemplo: na relação entre a verdade e seus contrários – o erro, a mentira e o ficcional), seja em sua dimensão ética (com destaque para as formas de representação de eventos sensíveis e/ou personagens silenciados), seja ainda em sua expressão política (quanto às formas de configuração narrativa de experiências de revolta e/ou resignação, de apatia e/ou indignação, de violência e/ou de liberdade). Por isso tudo, esse dossiê acolherá contribuições que desenvolvam os aspectos teóricos e metodológicos de produções literárias e historiográficas marcadas pela autorreflexividade, pelo hibridismo formal e/ou pelas performances do ficcional na contemporaneidade. Serão bem-vindos artigos que pensem a relação entre a história e a ficção, em suas dimensões híbridas e autorreflexivas, através da análise de obras historiográficas e ficcionais específicas, desde que tomadas não como meras ilustrações de teorias pré-estabelecidas (num exercício mecânico de aplicação de conceitos), mas como potência pensante, capaz de renovar exercícios de teorização e de imaginação reflexionante. Também serão bem-vindas contribuições que abordem o conjunto das questões e temas aqui propostos numa perspectiva interdisciplinar, explorando as contribuições de áreas afins à História da Historiografia, como a Teoria da História, a Estética, a Teoria Crítica, a Teoria da Literatura, a Antropologia Literária, entre outras.</p>História da Historiografia: International Journal of Theory and History of Historiography2024-07-21Chamada para envio de artigos para o Dossiê ''Teoria da história após o giro-linguístico''
https://revistahh.emnuvens.com.br/revista/announcement/view/52
<p>Há não muito tempo, o cenário da teoria da história era dominado pelas reflexões sobre o giro-linguístico, desde os eventos nacionais e internacionais, até as publicações da área. As discussões se deram, principalmente, em torno da obra de Hayden White, frequentemente rotulado como relativista ou pós-moderno e, em momentos mais maduros da discussão, identificado como autor que contribuiu para a reflexão sobre as dimensões éticas e epistemológicas do texto histórico, não considerando apenas sua dimensão formal-estética enquanto “artefato literário”. Podemos dizer que, desde <em>Metahistory</em>, em 1973, e <em>Practical Past</em>, em 2014, as obras do historiador estadunidense marcaram gerações no cenário da teoria da história. Após sua morte teria, enfim, morrido também a força do debate sobre o giro linguístico e as filosofias narrativistas da História? Não apenas os trabalhos de Hayden White, mas de Louis Mink, Paul Roth, Frank Ankersmit e outros chamados de narrativistas; a filosofia analítica da História com William Dray e Carl Hempel teria encontrado seu ocaso? Essa tradição de pensamento da teoria da história parece ter se desvanecido. Teria se esgotado, chegado aos limites das conclusões que poderiam chegar? Ou ainda são válidas suas reflexões? Com o surgimento de novas reflexões sobre a temporalidade histórica, como os trabalhos de Zoltán Boldizsár Simon, os trabalhos de Jouni-Matti Kuukkanen sobre a filosofia pós-narrativista da História, reflexões sobre o antropoceno e um olhar epistemológico da história descentralizado do núcleo europeu parece, hoje, ter tomado a proeminência que uma vez a filosofia analítica da História e o giro linguístico já tiveram no campo da teoria da história. Contudo, em diversas áreas acadêmicas também é possível encontrar estudos que aprofundam e desenvolvem o programa narrativista, ampliando seu alcance para outras formas de construção do conhecimento histórico e de representação de acontecimentos do passado, como o cinema e as mídias digitais, mas que também não renunciam ao poder epistemológico-cognitivo da historiografia. Nesse sentido, esta proposta pretende ao mesmo tempo fazer um memorial dessas discussões, mas não um necrológio, avaliando a vitalidade que esses debates ainda podem trazer para o campo da teoria e da história como um todo. Assim, espera-se que o dossiê seja uma ocasião valiosa em que diferentes perspectivas possam ser expressas e colocadas em diálogo, para além (ou ao lado) das correntes teóricas e temáticas que possam estar definindo o rumo e/ou agenda da pesquisa no campo hoje.</p>História da Historiografia: International Journal of Theory and History of Historiography2024-07-21