https://revistahh.emnuvens.com.br/revista/issue/feed História da Historiografia: International Journal of Theory and History of Historiography 2023-11-02T22:55:13-03:00 História da Historiografia historiadahistoriografia@hotmail.com Open Journal Systems <p><em>História da Historiografia</em> publica artigos originais e de revisão nos campos da teoria da história, história da historiografia, história intelectual e áreas afins em periodicidade quadrimestral. Está classificada no estrato A1 da avaliação Qualis da Capes, no Q1 do SCImago Journal Rank. É publicada pela Sociedade Brasileira de Teoria e História da Historiografia (SBTHH) em uma parceria interinstitucional com os Programas de Pós-Graduação em História da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) e da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO).</p> <p> </p> <p><span class="EOP SCXW220473143" data-ccp-props="{&quot;201341983&quot;:0,&quot;335551550&quot;:6,&quot;335551620&quot;:6,&quot;335559739&quot;:200,&quot;335559740&quot;:276}"><a href="https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/" rel="license"><img src="https://i.creativecommons.org/l/by/4.0/88x31.png" alt="Creative Commons License" /></a><br />Este trabalho está licenciado sob uma licença <a href="https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/" rel="license">Creative Commons Attribution 4.0 International License</a>.</span></p> https://revistahh.emnuvens.com.br/revista/article/view/1941 A proposição historiográfica da Ciência do Sistema Terra 2022-05-24T18:43:39-03:00 Walter Francisco Figueiredo Lowande walter.lowande@unifal-mg.edu.br <p>As discussões sobre o Antropoceno produzidas pela Ciência do Sistema Terra (CST) e pela estratigrafia têm resultado em textos que lançam mão de dados e modelos, mas que também produzem narrativas históricas por meio das quais se tenta oferecer um novo sentido unificado para a humanidade. Neste artigo tomo esses enunciados como “proposições” com o potencial de transformar a prática historiográfica. O objetivo é oferecer um quadro mais detalhado das contribuições desses e dessas “antropocenologistas” a fim de possibilitar uma melhor avaliação das possibilidades de acolhimento dessas proposições pela comunidade de historiadores e historiadoras. Para tanto, este artigo tem o objetivo de revisar algumas críticas recentes às narrativas produzidas por esses e essas cientistas. Como conclusão, demonstro que a literatura produzida pela CST não pode ser reduzida facilmente à ideia de uma “metanarrativa”, devido à pluralidade de posições que ela abarca, bem como aponto para a necessidade de uma pluralização das perspectivas ontoepistêmicas da historiografia a fim de que ela possa contribuir com as múltiplas formas de habitar e de conferir sentido para a experiência no pós-Holoceno.</p> 2023-06-28T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2023 Walter Francisco Figueiredo Lowande https://revistahh.emnuvens.com.br/revista/article/view/2013 Passado presente 2023-03-23T12:46:50-03:00 João de Azevedo e Dias Duarte jadduarte@gmail.com <p>Este artigo aborda a contribuição de Antoine Lilti à historiografia do Iluminismo. A partir da discussão de parte de sua obra, com destaque para seu último livro, L’Heritage de Lumières (2019), argumenta-se que essa representa uma renovação muito bem-vinda no campo, tanto em termos teórico-metodológicos quanto narrativos. Combinando as vertentes da história intelectual e da história social e cultural, Lilti articula uma interpretação do Iluminismo alternativa àquela da genealogia do liberalismo. Colocada a partir da perspectiva de uma hermenêutica crítica, e em diálogo com a crítica pós-colonial, a intepretação de Lilti procura responder à questão da atualidade do Iluminismo no mundo global e plural contemporâneo, no qual a modernidade ocidental perdeu a condição de modelo universal.</p> 2023-12-26T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2023 João de Azevedo e Dias Duarte https://revistahh.emnuvens.com.br/revista/article/view/2177 Formas de repensar e experimentar a temporalização do tempo e regimes historiográficos 2023-11-02T22:55:13-03:00 André Ramos andramos7@gmail.com François Hartog hartog@ehess.fr Temístocles Cezar t.cezar@ufrgs.br Thamara Rodrigues thamara.rodrigues@uemg.br <p>Apresentação do dossiê.</p> 2023-12-25T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2023 André da Silva Ramos, François Hartog, Temístocles Cezar, Thamara Rodrigues https://revistahh.emnuvens.com.br/revista/article/view/2032 Varieties of Temporalization 2023-01-25T22:45:21-03:00 Hélio Rebello Cardoso Jr. herebell@hotmail.com <p>This article calls attention to the outstanding conceptual work related to time that the historical research and writing imply. The starting point is an overview of the disciplines dedicated to time studies in the recent theory of history: the metaphysics of natural time, the (classical and the new) metaphysics of historical time, the regimes of historicity, and the historiographical regimes. According to these disciplines, four varieties of temporalization, with which historians have been dealing currently, are categorized and discussed: the chronological-historical, the substantive, the quasi-substantive, and the historically experienced temporalization (and its narrative representation). This categorial structure, specially the quasi-substantive temporalization, assigns epistemic unity to the so-called new metaphysics of time and allows the classification of time-based concepts which are instrumentalized by historians. In order to <br />demonstrate the consistency of the categories that this article proposes, some concepts concerning Koselleck’s theory of time (nature-like patterns of repetition, diachronic-synchronic layers of time, contemporaneity of the noncontemporaneous) will be studied as cases that illustrate the way a theorist combines different temporalizations to conceive of a theory of historical time that deals with the treatment of the temporal experience and the writing of history which integrate historians’ practice.</p> 2023-12-25T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2023 Hélio Rebello Cardoso Jr. https://revistahh.emnuvens.com.br/revista/article/view/2106 The End of History 2023-06-26T15:23:15-03:00 Antenor Savoldi Jr antesavoldi@gmail.com <p>This article proposes a revision of the idea of the End of History as pictured by Francis Fukuyama regarding its categorization as both a utopia and a dystopia. After revisiting Fukuyama’s original proposal and its amendments by the author in the following years, we use François Hartog’s regimes of historicity as a theoretical tool for understanding the End of History as part of a larger phenomenon. To argue Fukuyama essentially proposes the re-spatialization of utopia, we use Reinhard Koselleck’s “Temporalization of Utopia” and Fredric Jameson’s “End of Temporality” as guidelines. Finally, mobilizing debates on the utopian as a background, we reflect on the political nature of ruptures of temporality to claim that the End of History, though originally a utopian text, has been temporalized as a dystopia following its implementation as a political program.</p> 2023-12-25T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2023 Antenor Savoldi Jr. https://revistahh.emnuvens.com.br/revista/article/view/2105 O labirinto ou a lógica do tempo sem sentido em Alexandre Koyré 2023-04-06T13:12:44-03:00 Marlon Salomon marlonsalomon@gmail.com <p>A França do entreguerras foi frequentemente caracterizada por seus contemporâneos como um período de profundas crises. Para os historiadores que viveram nessa época, havia uma “crise da história”. Essa crise era identificada ao desmoronamento das noções de determinismo e de sentido histórico. O futuro e, com ele, a temporalidade histórica tornavam-se incertos, imprevisíveis. A posição de A. Koyré, no contexto dessa problematização, merece destaque na medida em que ele buscava inscrever em uma nova historiografia das ciências esse tempo histórico indeterminado e sem direção prévia, mas, concomitantemente, extrair dele sua nova filosofia. De um lado, ele assimilava o tempo histórico à imagem do labirinto, uma figura importante que circulou intensamente nesse período por diversos domínios, transitando entre as vanguardas artística e epistemológica. De outro, procurava definir, nos termos de uma filosofia da história, a natureza dessa nova temporalidade histórica. Daí seu interesse pela filosofia da história, pelo existencialismo e por autores como Hegel e Heidegger. Pretendo mostrar como há em Koyré, nesse período, uma tentativa de compreender filosoficamente a lógica do tempo aberto e sem sentido e como essa compreensão se encarna em seus trabalhos de história do pensamento.</p> 2023-12-25T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2023 Marlon Salomon https://revistahh.emnuvens.com.br/revista/article/view/1972 “Gênero epistêmico”, de Gianna Pomata 2022-09-12T15:53:17-03:00 Tiago Almeida tsalmeida@ufg.br <p>A primeira parte do artigo faz uma introdução conceitual e historiográfica à noção de “gênero epistêmico” na obra <br />de Gianna Pomata. Essa noção ganhou considerável atenção e interesse nos últimos anos, não apenas em relação <br />à história da ciência e da medicina, mas também entre os historiadores no campo da teoria da história e história <br />da historiografia. Em linhas gerais, podemos dizer que a noção de gênero epistêmico é uma ferramenta para a <br />história cultural do conhecimento. Para Pomata, o desaparecimento, a emergência e a transformação de um gênero <br />epistêmico revelam profundas mudanças nos modos coletivos de pensamento. Atenção específica no artigo é dada ao manifesto, agora um gênero socialmente reconhecido nos debates contemporâneos em teoria da história, e ao que ele revela sobre a economia moral dos historiadores. Defendo que a transformação do manifesto – cuja história podemos retraçar às lutas revolucionárias modernas e às vanguardas artísticas contemporâneas – em um gênero epistêmico pode ser lida como um sinal da introdução da sua dinâmica político-temporal na produção do conhecimento histórico.</p> 2023-11-05T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2023 Tiago Almeida https://revistahh.emnuvens.com.br/revista/article/view/2030 Fragmentos biográficos, significados nacionais 2023-02-03T18:28:16-03:00 Augusto Martins Ramires martinsramires@gmail.com <p>Em face da considerável quantidade de biografias publicadas no espaço sul-americano durante o oitocentos, é <br />possível distinguir diferentes modos de elaboração biográfica. Destarte, o objetivo do artigo é descrever as variáveis <br />de elaboração da escrita biográfica no século XIX no espaço sul americano. Examinaremos composições biográficas <br />no intuito de propor categorias heurísticas para apreender o movimento biográfico durante o século XIX e ressaltar <br />suas especificações discursivas e suas estratégias de composição. De forma específica, será analisada a dupla versão da biografia de José de San Martin escrita por Domingo Faustino Sarmiento e publicada no Chile e na Argentina em meados do século XIX. Nossa hipótese é que as biografias funcionam como um modo de elaboração do discurso histórico que estrutura e temporaliza uma experiência nacional da história. Desta forma, sustentamos que a biografia, dentre os diversos modos de articulação do discurso histórico, pode ser considerada como um modo fundamental para a elaboração da experiência da história, tendo em vista seu direcionamento específico aos valores identitários e excepcionalidades nacionais.</p> 2023-11-05T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2023 Augusto Martins Ramires https://revistahh.emnuvens.com.br/revista/article/view/2038 Paulo Prado e o conceito de progresso 2022-11-14T20:22:54-03:00 Clayton José Ferreira claytonjf15@hotmail.com <p>No interior da formatação da experiência moderna criou-se uma violenta ideologia civilizatória eurocêntrica com <br />propósitos universalizantes, ainda que, segundo Elias Palti e Julio Ramos, ela seja resultado da interação e circulação <br />de ideias entre diversas culturas. Das muitas categorias e conceitos importantes nestes processos, o progresso se <br />tornou uma das mais centrais. Abordaremos algumas possibilidades desta categoria através da obra de Koselleck <br />e, em seguida, como ela foi mobilizada por Paulo Prado no início do século XX. Nossa hipótese é a de que Prado <br />entende que a realização de progressos depende de articulações adequadas com o passado colonial brasileiro.</p> 2023-11-05T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2023 Clayton José Ferreira https://revistahh.emnuvens.com.br/revista/article/view/2026 O arqueofuturismo de Guillaume Faye e a Nouvelle Droite (1970-2019) 2022-11-24T18:53:29-03:00 Francisco Thiago Rocha Vasconcelos fvasconcelos@unilab.edu.br <p>O presente artigo aborda o arqueofuturismo, do intelectual francês Guillaume Faye (1949-2019), um dos expoentes da Nouvelle Droite, corrente de pensamento que busca atualizar os referenciais da extrema direita na Europa desde os anos 1960. O arqueofuturismo é uma das mais radicais propostas desta corrente, e que faz um constante uso do passado e de uma concepção cíclica da história para enfatizar o identitarismo branco e a formação de um Império Europeu (Eurosibéria); o combate à imigração, sobretudo islâmica; e a defesa de sociedades hierárquicas, divididas <br />entre núcleos hiper tecnológicos e núcleos arcaicos. Analisa-se o arqueofuturismo como uma nova forma de utilização da perspectiva da “luta entre raças” e do racismo na história europeia e uma resposta propositiva ao contexto de independência das ex-colônias europeias e da crise do socialismo e da hegemonia liberal-democrática no sentido de uma agenda revolucionária, conservadora e transumanista para uma sociedade neofascista.</p> 2023-11-05T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2023 Francisco Thiago Rocha Vasconcelos https://revistahh.emnuvens.com.br/revista/article/view/2031 A tortura reivindicada 2022-11-28T19:45:22-03:00 Mariana Joffily mariana.joffily@gmail.com Daniel Barbosa de Andrade Faria krmazov@hotmail.com Paula Franco Franco paulafranco.historia@gmail.com <p>A chegada de Jair Bolsonaro à presidência da república deu ensejo a muitas análises empenhadas em compreender <br />a relação do político com o passado da ditadura militar – tema fortemente reivindicado em seus discursos e falas <br />públicas. Neste artigo problematizamos as noções de temporalidade envolvidas nesse retorno ao passado, discutindo as noções de historicismo e de atualismo e situando as falas bolsonaristas sobre a ditadura e, mais precisamente, sobre a repressão política, dentro do leque mais amplo dos discursos públicos dos militares brasileiros sobre a violência do Estado. Nossa tese é a de que Bolsonaro, embora se apresente como herdeiro dos militares que participaram da repressão política, representa uma ruptura radical em relação às estratégias discursivas desse setor. Concluímos que ele rompe um enquadramento discursivo que nega o emprego sistemático da tortura e, ao fazer a defesa explícita da violência como instrumento de poder, retoma a ditadura não como um passado, mas como um projeto inacabado, a ser atualizado no presente.</p> 2023-11-05T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2023 Mariana Joffily, Daniel Barbosa de Andrade Faria, Paula Franco Franco https://revistahh.emnuvens.com.br/revista/article/view/2035 Temporalização no Supremo Tribunal Federal 2023-02-06T19:22:38-03:00 Carolina Castelo Branco Cooper carolinacbcooper@gmail.com <p>Este artigo visa abordar a relação entre história e justiça a partir do debate recente sobre a Lei da Anistia de 1979 <br />na ocasião da Arguição de Preceito Fundamental 153 ajuizada pelo Supremo Tribunal Federal em 2010. Levando <br />em consideração o contexto da justiça de transição e das mudanças na disciplina histórica na segunda metade do <br />século XX, particularmente o fortalecimento das discussões sobre o tempo na história, o trabalho faz uma análise das práticas de temporalização utilizadas pelos ministros da corte. Ao observar as diversas construções temporais que surgem a partir da utilização da história e das ferramentas de historicização, se observa que os ministros situam a anistia encerrada no passado e viva no presente, ao mesmo tempo, para justificar a impossibilidade de reinterpretar a lei. Ao fim, o trabalho traz reflexões sobre os desafios do fazer histórico em contextos onde a argumentação histórica e a temporalização são ferramentas operacionalizadas por outros atores políticos.</p> 2023-11-05T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2023 Carolina Castelo Branco Cooper https://revistahh.emnuvens.com.br/revista/article/view/2041 History, citizenship and recent past in times of dictatorship 2023-07-26T09:20:27-03:00 Sérgio Matos sergiocamposmatos@gmail.com <p>The aim of this paper is to provide a contribution to the study of the conditions of production of Portuguese historiography in a context of restricted citizenship during the 20th century Iberian dictatorships, with particular emphasis on the complex relationship between present, past, and future expectations. At the fore of this paper is the case of the Portuguese dictatorships (1926-1974), while other national examples are recalled for comparative purposes. Different ways of establishing relations with time are observed, multiple temporalities experienced by different historians from different historical and political backgrounds. Taking into account several individuals - among others, V. Magalhães Godinho, António Borges Coelho and José Tengarrinha and in contrast, João Ameal and Alfredo Pimenta who were supporters of the regime -, to what extent did their life experiences marked by the imposed conditions of the dictatorial regimes restrain their work? How did they experience the tension between political engagement and historiographical practice? Organic historians tried to mobilize their nationals for apologetic and militant causes, assuming their partisanships. Others, more autonomous towards the authorities, inspired by the Annales or somehow marked by Marxism, expressed a tension between the demands of the historian’s work and the urge for political action. A tension <br />between the historian’s professional ethics which demanded critical distance and the challenges posed by their civic duty.</p> 2023-12-25T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2023 Sérgio Matos https://revistahh.emnuvens.com.br/revista/article/view/2050 Passado futuro: o cronótopo da formação e sua crise em Os embaixadores, de Henry James 2022-11-09T10:25:21-03:00 Luiza Larangeira da Silva Mello luizalarangeira34@gmail.com <p>Este artigo busca compreender de que modo Os Embaixadores, romance de Henry James publicado em 1903, <br />reconfigura a temporalidade da Bildung e alguns topoi fundamentais do romance de formação. O romance moderno apresenta-se como uma das formas históricas de temporalização do tempo e, entre as suas modalidades, o romance de formação destaca-se por aquilo que Mikhail Bakhtin chama de caráter “cronotópico”, ou seja, a capacidade de articular à temporalidade da formação do protagonista a noção de “tempo histórico”, que, segundo Reinhart Koselleck, emerge entre os séculos XVIII e XIX, como um tempo heterogêneo, acelerado, irreversível, não redutível ao tempo natural ou cronológico. Ao analisar o modo pelo qual Henry James apropria-se do e subverte o ideal alemão da Bildung, introduzido nos círculos letrados norte-americanos, em especial pela influência da obra ensaística de Ralph Waldo Emerson, pretendo argumentar que, ao narrar a Bildung tardia de um norte-americano de cinquenta e cinco anos em sua aventura europeia, Os Embaixadores figura literariamente a crise do tempo histórico e do cronótopo da Bildung na virada do século XIX para o XX. Conclui-se que o romance põe em cena uma Bildung “reversa”, constitui a forma pela qual James converte o “futuro passado”, característico da moderna temporalização do tempo, em “passado futuro”.</p> 2023-11-05T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2023 Luiza Larangeira da Silva Mello https://revistahh.emnuvens.com.br/revista/article/view/2052 Ainda sobre fantasmas 2022-11-27T13:02:09-03:00 Eduardo Ferraz Felippe ffeduerj@gmail.com <p>O artigo explora questões relativas às figurações do tempo em sua relação com modos de elaboração da experiência histórica ao analisar o romance <em>La plus secrète mémoire des hommes</em> de Mohamed Mbougar Sarr. O ensaio refuta categorias analíticas e normativas como sujeito universal e representação histórica em um romance que se utiliza da pesquisa histórica. O artigo também pretende ressaltar que a crítica pós-colonial, ou decolonial, se manifesta de maneira constativa, e não performática, limitando a eficácia do tratamento de temas sensíveis para além da arquitetura conceitual dos estudos traumáticos. Considero que o romance permite maior abertura para o questionamento dos limites do conhecimento histórico frente às críticas provenientes de autores que debatem temporalidade, colonialismo e racismo.</p> 2023-12-25T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2023 Eduardo Ferraz Felippe https://revistahh.emnuvens.com.br/revista/article/view/2039 Postcolonial Apologies, Politics of Regret and Temporal Manichaeism 2022-12-07T09:51:49-03:00 Rodrigo Escribano Roca rodrigo.escribano@uai.cl Marcos Alonso Fernández marcos.alonso@ucm.es <p>The article analyzes the forms of temporality and morality which operate in the request for postcolonial apologies in modern democracies, focusing on the Mexican case. There is already rich literature on the changing mnemonic and historiographical interpretations of the Conquest in Mexican history up to the present day. In this paper the Mexican case serves as factual support to discuss theoretically the modes of temporal consciousness that underlie postcolonial apologies and the moral relations to the past that these entail. We will examine the topic in light of the “ethical turn” proposals found in historical theory. We will critically address the assumptions regarding historicity behind the so-called “politics of regret,” questioning the ideological premises that frame the request for apologies and the decolonial theories that support them. Finally, we will approach the problem based on moral philosophy works that have studied collective apologies’ paradoxical nature. The questions to answer are: does retrospective recrimination of colonial processes make sense? Can we reclaim apologies from history? We conclude that the <br />postcolonial apologies demanded by President López Obrador depend on a mythologized vision of the past, which reproduces a logic of temporal Manichaeism, with a scant epistemological basis to judge historically the event that it condemns.</p> 2023-12-25T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2023 Rodrigo Escribano Roca, Marcos Alonso Fernández https://revistahh.emnuvens.com.br/revista/article/view/2037 Queerchronotopia 2022-11-23T15:45:19-03:00 Bruno Medeiros bfrancomedeiros@gmail.com <p style="font-weight: 400;">This paper joins the debate of a still-expanding literature on queer temporalities that, among other things, raises the question of a queer-specific construction of time. This specific temporality is what I call queerchronotopia. By <br />setting the description of the historical worldview (as described by Reinhart Koselleck, Sepp Gumbrecht, and François Hartog) against queer methodologies developed by scholars like Paul B. Preciado and Jack J. Halberstam, this article claims that, since the last decades of the nineteenth century, definitions and embodiments of queerness and a queer-specific temporality are constantly revised in light of the temporal shift between two paradigmatic social constructions of time—the historical worldview and “our broad present”. First, we summarize how homosexuality <br />goes from an ahistorical aberration at the end of the 19th century to the emergence of the historical homos at the beginning of the gay liberation movement in the 1970s. Second, we try to demonstrate how the appearance of identity <br />temporalities as an aftereffect of identity politics in the 1970s unveils some of the fractures in the temporal experience anchored in the historical worldview. Lastly, we discuss how the latent “broad present” that had already shown some <br />of its aspects in the aftermath of the gay liberation movement and civil rights era in the United States became more evident in the 1980s when the AIDS epidemic becomes increasingly intertwined with a concern with the health of the planet. Without dismissing the pessimist tone that has permeated the academic and intellectual discussions about <br />the future of the planet and the catastrophic threats to human and nonhuman entities living in the Anthropocene, this article concludes by suggesting that the queer community and its activism, particularly in response to the AIDS <br />epidemic, could teach us some lessons about how to live “with the trouble” in our present.</p> <p style="font-weight: 400;"> </p> 2023-11-05T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2023 Bruno Franco Medeiros https://revistahh.emnuvens.com.br/revista/article/view/1918 La Ecología Política como comunidad de salvación 2022-07-30T14:27:13-03:00 Agustín Rojas rojasagustin033@gmail.com <p>En este trabajo, se intenta dar cuenta de la frondosa metafórica cultivada por la Ecología Política en torno a la crisis global que atraviesa a todas las dimensiones de la trama de la vida. Los conceptos de vida y medio ambiente, al ser <br />historizados, revelan las estructuras por las cuales el ser humano se ha vinculado con el mundo. A partir de una historia intelectual, específicamente vinculada a la metaforología del filósofo alemán Hans Blumenberg, se examinará pues el trasfondo alegórico que subyace detrás de las ontologías ecologistas más radicales. En efecto, estas coinciden con un intento de metarrelato o Biodicea basado en la escenificación de un despliegue temporal escatológico signado por <br />la catástrofe ambiental como destino irremediable y, al mismo tiempo, una “ecoutopía” en caso de reconfigurarse el ser-en-el-mundo. La Salvación se deposita, entonces, en la comunidad redimida del phatos capitalista funcionando retóricamente tanto como advertencia y esperanza respecto del porvenir.</p> 2023-11-05T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2023 Agustín Rojas https://revistahh.emnuvens.com.br/revista/article/view/1937 O Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e a historiografia oitocentista da imprensa 2022-08-26T19:18:54-03:00 Otávio Daros otavio.daros@gmail.com <p>Este artigo remete aos primórdios dos estudos de jornalismo no Brasil, na medida em que propõe sistematização e <br />exame crítico-reflexivo dos trabalhos pioneiros sobre o tema da imprensa periódica e seus jornalistas, produzidos <br />no âmbito do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB) e seus congêneres. Considera-se o conjunto de <br />relatos publicados entre meados dos séculos XIX e XX, a contar por aquele que seria o primeiro registro dedicado ao <br />assunto, saído na revista da instituição em 1846. O objetivo é analisar tanto as tendências de investigação quanto <br />de conceituação do fenômeno em pauta, pela geração que antecede os historiadores universitários. A conclusão <br />a que se chega é de que, apesar do caráter descritivo e da abordagem de inventariação, tal produção converge na <br />construção de uma narrativa particular em relação ao desenvolvimento da imprensa brasileira e seu papel junto à <br />nação, como elemento civilizador e meio de instrução pública.</p> 2023-12-25T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2023 Otávio Daros https://revistahh.emnuvens.com.br/revista/article/view/1945 Historical versus Practical Pasts? Enrique de Malacca in Malaysia’s Historical Imagination 2023-03-23T15:44:16-03:00 Rommel Curaming rommel.curaming@ubd.edu.bn <p>The commemoration of the 500th year anniversary of Magellan-El Cano expedition in 2019-2022 reinvigorated thediscussion about Enrique de Malacca in Southeast Asia. As Magellan’s slave of Malay origin, Enrique’s importance rests on the claim that he may be the first circumnavigator of the world. Using how historical and literary accounts, as well as public memories of Enrique, are appropriated in Malaysia, this paper aims to illuminate the efficacy of the distinction between the concepts of historical and practical pasts. It argues that despite the existence of overlapping concepts such as popular vs. academic history, the historical vs. practical past differentiation is more analytically efficacious because of the ontological and epistemological parity it grants to both categories, eschewing the a priori assumption of the superiority of one over another that is widely upheld. The notion of practical past and how it applies in different local and national settings needs to be further examined.</p> 2023-12-26T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2023 Rommel Curaming https://revistahh.emnuvens.com.br/revista/article/view/1946 Análise do mito da democracia racial a partir de Frantz Fanon e Sueli Carneiro 2022-08-29T19:33:02-03:00 Rafael Vieira Menezes Carneiro rafael.carneiro@ifce.edu.br <p class="western" align="justify">Neste trabalho buscamos compreender alguns elementos que fundamentam o racismo expresso no mito da <br />democracia racial e intencionamos explicar a exclusão do negro no Brasil. Assim, inicialmente, analisaremos, de <br />forma breve, os autores brasileiros Raimundo Nina Rodrigues, Arthur Ramos e Gilberto Freyre, buscando evidenciar <br />a construção da ideia de democracia racial. Por conseguinte, apresentaremos o pensamento de Frantz Fanon acerca <br />da objetificação da pessoa negra, com o intuito de mostrar que os procedimentos existentes na ideia de democracia <br />racial possuem um viés inferiorizante do negro, que culmina na negação desse sujeito. Por fim, recorreremos ao <br />pensamento de Sueli Carneiro, precisamente no que se refere ao conceito de dispositivo de racialidade/biopoder, <br />como meio de aprofundar a análise empreendida por Fanon. Como resultados desta pesquisa percebemos que <br />Carneiro, ao engendrar tal conceito, apresenta um novo aparato conceitual que evidencia como as relações de poder operam para a negação do sujeito negro.</p> 2023-12-25T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2023 Rafael Vieira Menezes Carneiro https://revistahh.emnuvens.com.br/revista/article/view/1949 The Rejection of Aether in Physics 2023-06-07T17:09:45-03:00 Mikael Svanberg mikael.svanberg@kau.se <p>Eelco Runia’s view of historical time is that the now and the past exert an alternating influence on each other. The most prominent expression of this is a dialogue between the historian and the historical actors in which the historian creates metonyms, replacement terms, for how historical actors are defined, which affects the description of the past. In this paper, Runia’s conception of historical time has been tested through an empirical investigation into the changing descriptions of the process of rejecting the aether hypothesis, 1858-2022. After the process of phasing the aether out of physics had previously been explained as being caused by the gradual acceptance of the theory of relativity, the cause was suddenly superseded in the 1990s by the Michelson-Morley experiment conducted in the <br />1880s. During the 21st century, however, the aether once again returned as a concept. The reason for the changes, is the conclusion, could possibly be due to the ambition to give a rational picture of the development of natural science at every point in time</p> 2023-12-29T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2023 Mikael Svanberg https://revistahh.emnuvens.com.br/revista/article/view/1974 A autópsia como recurso à escrita da história 2022-06-27T19:02:18-03:00 Eduardo Wright Cardoso edowc@yahoo.com.br <p>Recurso fundamental para a escrita da história antiga, a autópsia, concebida como o ato de ver por si mesmo, segundo François Hartog, não deixou de participar do desenvolvimento do conhecimento histórico na modernidade. É certo, todavia, que os pressupostos que nortearam o procedimento passaram por profundas modificações. O objetivo deste artigo é investigar o estatuto da autópsia como um recurso epistemológico para a historiografia brasileira durante o século XIX. Com esse intuito, considera-se como parte do corpo documental tanto trabalhos voltados para a elaboração da crítica erudita, quanto textos prescritivos acerca do fazer historiográfico no período. A fim de mapear seus diversos usos, a autópsia moderna é contrastada com sua versão antiga e é abordada a partir da noção de distância histórica. Esses encaminhamentos permitem apreender a autópsia como um expediente múltiplo, concebido não apenas como um modo de legitimar relatos e práticas, mas também como uma forma de mediação entre o historiador, as temporalidades, o território e as fontes mobilizadas na reconstrução do passado.</p> 2023-12-26T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2023 Eduardo Wright Cardoso https://revistahh.emnuvens.com.br/revista/article/view/1976 A história é feita de histórias 2023-02-13T18:54:19-03:00 Hallhane Machado hallhane@gmail.com <p>A partir de uma análise ampliada da obra historiográfica de Alexandre Koyré, este artigo propõe analisar o fundamento da descontinuidade temporal que a marca. Aqui, uma análise estendida de sua obra implica ir além de seus trabalhos sobre história das ciências, atentando-se àqueles sobre a história do pensamento místico e filosófico. Neles, percebemos claramente a admissão de uma concepção de liberdade como capacidade humana de construir e modificar sua própria natureza. A tese defendida neste artigo é a de que tal concepção é o fundamento da história marcadamente “descontinuísta” de Koyré, sua história das revoluções científicas, cujos personagens se autoformam, constroem as próprias bases de sua razão, a partir de seu complexo contexto histórico. Em certo sentido, este trabalho precisa o que Roger Chartier dizia ser a “maneira de Koyré” pensar os “processos de transformação” em história.</p> 2023-12-25T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2023 Hallhane Machado https://revistahh.emnuvens.com.br/revista/article/view/1982 Historiography and Collective Memory 2022-09-12T20:02:48-03:00 Sabrina Costa Braga sabrinacostabraga94@gmail.com <p><em>Zakhor</em> is the commandment of remembrance often repeated in the Torah. It is also the title of an indispensable book for reflection on Jewish identity in relation to historiography. In this article, I will start with the thesis of the <br />Jewish historian Yerushalmi to discuss the relationship between memory and historiography in the Jewish context and beyond. Yerushalmi pointed out a distance between collective memory and historiography that is an interesting starting point for reflection on the possibilities of a non-westernized historiography. The text is divided into an introduction, three topics that aim: to present Yerushalmi’s book; to present the main comments to the book; to reflect on the place or non-place of the national element in a Jewish history; and a conclusion. Thus, I will question the tension between memory and history and a possible approximation that goes beyond the modern notion of historiography. Thus, reading Yerushalmi’s thesis as a possibility of rethinking the instruments of historiography.</p> 2023-12-25T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2023 Sabrina Costa Braga https://revistahh.emnuvens.com.br/revista/article/view/2003 O revisionismo histórico nas comemorações do golpe civil-militar de 1964 durante o governo Bolsonaro (2019-2022) 2022-08-21T13:10:47-03:00 Ana Carolina Zimmermann zcana97@gmail.com <p>O objetivo geral deste artigo consiste em problematizar as narrativas comemorativas divulgadas pelo governo Bolsonaro nos aniversários do golpe civil-militar de 1964, questionando a permanência de elementos discursivos de caráter revisionista e negacionista sobre a ditadura militar brasileira. A análise está centrada nas Ordens do Dia publicadas pelo Ministério da Defesa no dia 31 de março, entre os anos de 2019 e 2022. Os resultados indicam que a <br />narrativa revisionista presente nas Ordens do Dia encontra-se fundamentada em estruturas discursivas construídas desde o golpe e a ditadura militar brasileira. Dentre os argumentos evocados, consta a ênfase para o apoio popular, a retórica anticomunista e a reelaboração positivada do passado ditatorial, omitindo a violência e a perseguição política. Ademais, o destaque conferido à Lei da Anistia como “pacto pacificador” e o interesse em compreender a ditadura “em seu próprio contexto histórico” articula-se ao desejo encerramento do passado autoritário e a promoção do esquecimento.</p> 2023-12-26T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2023 Ana Carolina Zimmermann https://revistahh.emnuvens.com.br/revista/article/view/2020 Os usos abusivos da historiografia profissional pelos negacionismos históricos no Brasil em tempos de crise democrática 2022-10-13T14:26:26-03:00 Rodrigo Perez Oliveira rodrigoperez@ufba.br <p>O objetivo deste artigo é examinar as especificidades do negacionismo histórico praticado pelo Guia politicamente <br />incorreto da história do Brasil, tanto em seu formato impresso, publicado em 2009, como na versão adaptada para <br />a TV, que foi ao ar em 2017. A hipótese sugere que esse tipo de negação abusa de verdades possíveis delineadas <br />pela historiografia profissional, sobretudo do topos das agências subalternas. Busco inspiração teórica nos conceitos de “história abusiva” e “memória manipulada”, propostos, respectivamente, por Antoon De Baets e Paul Ricoeur. O texto está dividido em três partes: primeiro, examino o uso abusivo do topos da agência escrava, desenvolvido pela “nova história da escravidão” nos anos 1980. Em seguida, faço o mesmo para o topos da agência indígena, desenvolvido pela “nova história indígena” nos anos 1990. Demonstro como uso abusivo é motivado por finalidades políticas eticamente repulsivas que pretendem negar a necessidade de políticas públicas reparatórias destinadas a grupos sociais historicamente oprimidos. Na conclusão, proponho uma agenda teórico/política de enfrentamento a essa modalidade de negacionismo histórico.</p> 2023-12-29T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2023 Rodrigo Perez Oliveira https://revistahh.emnuvens.com.br/revista/article/view/2023 Metáforas conceptuales en la escritura histórica universitaria (Chile: 1940-1990) 2023-02-20T23:41:46-03:00 Rodrigo Henríquez rodrigo.henriquez@uc.cl Marcos Fernández Labbé mfernand@uahurtado.cl <p>El objetivo del artículo es caracterizar el uso de metáforas conceptuales en la escritura histórica en Chile entre los años 1940 y 1990. Las metáforas conceptuales son unos de los recursos más utilizados en la escritura académica contemporánea y permiten por una parte, la elaboración de sentido histórico en los textos y, por otra, la comunicabilidad del texto. A partir de un corpus de 48 tesis de pregrado de cuatro universidades chilenas del período 1940-1990 <br />se identificaron dos tipos de metáforas: (i) Las metáforas visuales y del punto de vista, que permite identificar la construcción de la “voz de autor” en los textos y (ii) las metáforas bélicas y biológicas, utilizadas para conceptualizar los diferentes conflictos sociales y políticos estudiados en las tesis. Junto con identificar las funciones que cumplen estas metáforas en la escritura se concluye que su utilización es transversal y relativamente constante a lo largo del tiempo y en los diferentes contextos, lo que nos habla de una comunidad historiográfica homogénea, cuestión que se modifica al finalizar la década de 1990.</p> 2023-12-26T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2023 Rodrigo Henríquez, Marcos Fernández Labbé https://revistahh.emnuvens.com.br/revista/article/view/2091 A lesson in port citizenship 2023-06-11T21:22:22-03:00 Scott Ma ma.scott.h@gmail.com <p>This article applies the framework of François Hartog’s regime of historicity to a comparative and historical study of three successive maritime museums in postwar Yokohama, Japan. Each museum was operated by the city to educate <br />its citizens about Yokohama’s maritime identity, though through different affectively-laced temporal organizations that reflected evolving conceptions of municipal identity. The article distinguishes between “scientific universalism” in <br />the Marine Science Museum (1961-1988), “romantic futurism” at the Maritime Museum (1989-2009), and “nostalgic presentism” at the Port Museum (2009-). As evidence of each historical regime, the article uses the form and content of exhibits, architectural changes to the museum building, and fieldwork when possible. Over the course of time, the spirit of the museum shifted from the natural sciences to romanticism and, lastly, nostalgia. These museums show how temporality-infused historiography has implications for the politics of identity.</p> 2023-12-26T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2023 Scott Ma https://revistahh.emnuvens.com.br/revista/article/view/2084 Corpos, tempos, lugares das historiografias 2023-01-08T12:29:05-03:00 Patricia Santos Hansen patriciahansen@fcsh.unl.pt Maria da Glória de Oliveira mgloria@ufrrj.br <p>As lutas por reconhecimento das identidades coletivas sempre produziram tensões no trabalho de historiadores, sinalizando as implicações éticas e políticas do pensamento histórico, o caráter situado das premissas epistemológicas das práticas acadêmicas e a condição social marcada nos sujeitos que fazem e escrevem história. Os artigos deste dossiê abordam, a partir de perspectivas diversas, as marcas de corporeidade implicadas na operação historiográfica, considerando a noção de corpo não apenas como condição da experiência e da escrita da história, mas como o traço mais tangível das diferenças e da situacionalidade temporal e espacial dos sujeitos epistêmicos e de suas possibilidades <br />de negociação e pertencimento. O objetivo é a ampliação do debate numa abordagem cruzada e interseccional, de forma a contribuir para a problematização dos corpos, tempos e lugares da operação historiográfica e, mais amplamente, do <br />campo disciplinar da história.</p> 2023-08-08T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2023 Patricia Santos Hansen, Maria da Glória de Oliveira https://revistahh.emnuvens.com.br/revista/article/view/2005 A mobilização das carnes 2022-08-25T16:33:08-03:00 Durval Muniz de Albuquerque Júnior durvalaljr@gmail.com <p>Esse artigo aborda a centralidade das carnes, dos corpos e dos desejos na escrita da história. Como trazer os corpos e suas sensibilidades, emoções e comoções para o cerne da escrita da história é um gesto político da maior importância. Trata-se do historiador não almejar apenas dar conta das formas que conformaram e configuraram o passado, mas também de querer fazer de seu próprio corpo, de suas carnes, um instrumento de passagem dos afetos, forças e intensidades que ainda habitam os restos, os signos, os materiais que nos chegaram do outrora, medindo e avaliando através da capacidade de afetar que cada uma dessas presenças do passado ainda possuem, suas possibilidades de fazer efeito e de mobilizar as pessoas no tempo presente.</p> 2023-08-07T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2023 Durval Muniz de Albuquerque Júnior https://revistahh.emnuvens.com.br/revista/article/view/2000 Redimensionando 2022-08-17T22:35:29-03:00 Ana Carolina Barbosa Pereira ancaiana@yahoo.com.br <p>O objetivo deste artigo é redimensionar a Historik de Jörn Rüsen, a partir do acréscimo de uma dimensão metaepistêmica às demais dimensões que estruturam o projeto deste historiador alemão. Essa proposta é apresentada como exercício de um sentido próprio de “leitura crítica”, construído em diálogo com teorias sobre a condição de subalternidade dos(as) intelectuais do sul global e, sobretudo, com as estratégias que oferecem para enfrentá-la. O fio condutor de tais reflexões são: a) as ideias de corpo, e incorporação como metáforas da alimentação e da antropofagia para pensar a incorporação de ideias, conceitos e teorias, mas também a rejeição delas como um ato de bulimia ideológica; b) a ideia de leitura crítica como dinâmica de influxo/refluxo de ideias que, como resultado <br />final, são tanto reconhecidas quanto redimensionadas. Esse redimensionamento, em conclusão, é apresentado como proposta de acréscimo de uma dimensão meta-epistêmica como instância que antecede as dimensões da <br />pragmática, da científica, da tópica e da didática.</p> 2023-08-07T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2023 Ana Carolina Barbosa Pereira https://revistahh.emnuvens.com.br/revista/article/view/1997 Sem nomes e sem histórias, mas amados 2022-07-15T17:13:53-03:00 Fernanda Silva e Sousa fernandasilva.esousa@gmail.com <p>O artigo se propõe a pensar <em>Perder a mãe: uma jornada pela rota atlântica da escravidão</em>, de Saidiya Hartman, em diálogo com os seus ensaios “Tempo da escravidão” e “Vênus em dois atos”, como uma escrita da história da escravidão que concebe os escravizados como seus ancestrais à medida que a autora se afirma como uma descendente de escravizados que vive a sobrevida da escravidão. Situando-a na nova história social da escravidão e no debate em torno do caráternarrativo e ficcional da história, argumentamos como Hartman, apoiada em uma tradição radical negra, elabora uma escrita da história que tenta dar conta dos milhões de mortos sem nomes e sem histórias ao longo do tráfico de escravos. Nesse processo, não apenas o esquecimento, mas também a impossibilidade de lembrar diante da escassez de fontes documentais ou de contornar a violência do arquivo se impõem como desafios ao trabalho de luto dessas vidas perdidas, levando-a à criação do método da fabulação crítica, que dialoga com o pensamento de Toni Morrison ao escrever o romance Amada. Ao fim, conclui-se que a escrita da história da escravidão deve ser acompanhada por um gesto ético de cuidado com os mortos, buscando não a redenção, mas a narração dessas vidas perdidas.</p> 2023-06-28T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2023 Fernanda Silva e Sousa https://revistahh.emnuvens.com.br/revista/article/view/2001 Corpos e gênero na história da historiografia brasileira 2022-08-25T10:38:43-03:00 Laura Jamal Caixeta laurajamalc@gmail.com <p>Esse artigo orienta-se pela constatação de uma ausência na história intelectual e na história da historiografia: a de<br />se pensar o corpo dos historiadores. A corporeidade, paralelamente ao gênero, é recalcada na maioria dos trabalhos historiográficos, excluindo-se um dos elementos fundantes das relações de poder que permanecem marginalizando aqueles que escapam às normas de gênero, raça, sexualidade (entre outros marcadores), seja da produção do saber ou como objetos de investigação. Para adentrar tal discussão, a proposta deste artigo é investigar as memórias da historiadora paulista Alice Canabrava a fim de compreender o papel do gênero e das performances corporais na formulação de identidades historiadoras por ela. Seja na reflexão que Alice faz de sua própria trajetória acadêmica ou na caracterização de certos historiadores como tipo ideal, gênero e corpo são reiteradamente evocados. A historiadora, por meio de suas memórias e na elaboração de si à imagem de certos historiadores canonizados, como Fernand Braudel, reafirmou modelos culturais que estabeleceram normas de gênero aos historiadores ao final do século XX.</p> 2023-08-27T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2023 Laura Jamal Caixeta https://revistahh.emnuvens.com.br/revista/article/view/1985 Lima Barreto e a política dos sentidos em Numa e a Ninfa 2022-09-12T09:28:56-03:00 Thiago Sousa thgvenicius@gmail.com <p>Este artigo discute como Lima Barreto construiu uma política dos sentidos, isto é, de que forma refletiu sobre o tema do corpo no espaço no romance Numa e a Ninfa, embora outros manuscritos do autor sejam mobilizados para a articulação do tema. Os relatos que o carioca produziu acerca do espaço parlamentar permitem entender como a corporeidade de uma época – o Rio de Janeiro da Primeira República – ganha visibilidades e dizibilidades em sua fortuna. Desse modo, este artigo pontua que a crítica política barretiana, geralmente situada pelos pesquisadores de sua obra na discussão sobre ética e no empenho dos edis com a coisa pública, permite refletir sobre o teatro de emoções e gestualidades dos governantes. O olhar e a expressividade oral dos congressistas são avaliados neste artigo como forma de conferir o funcionamento dessa política dos sentidos, intencionada nas narrativas de Barreto a respeito dos corpos de homens e mulheres no e pelo espaço. Como resultado, avaliou-se que o estudo da expressividade desenvolvido por Barreto, além de ser uma maneira de ver o mundo, traduz percepções de que o corpo é um produto da cultura modulável pelo espaço.</p> 2023-06-28T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2023 Thiago Sousa https://revistahh.emnuvens.com.br/revista/article/view/1992 Raça, corporeidade e subjetividade em Beatriz Nascimento e Eduardo de Oliveira e Oliveira 2022-09-14T11:10:40-03:00 Rafael Petry Trapp rafaelpetrytrapp@gmail.com <p>O artigo analisa as proposições epistemológicas sobre raça, corporeidade e subjetividade nos trabalhos teóricos da historiadora Beatriz Nascimento e do sociólogo Eduardo de Oliveira e Oliveira em seus campos disciplinares, entre os anos 1970 e 1990. O trabalho objetiva, dessa forma, a abertura de caminhos empíricos na genealogia do pensamento social e da história da historiografia à dimensão racial na produção do conhecimento em História e Ciências Sociais no Brasil. Em face da historicidade do debate acerca de marcadores sociais de identidade e lugares de fala, o texto considera que os dois autores estabeleceram os fundamentos de um projeto teórico para o estudo da experiência negra brasileira perpassado por problematizações acerca das injunções políticas entre a produção dos discursos sociológico e historiográfico e a identidade racial da figura social do pesquisador. Conclui-se que este projeto instaurou a emancipação epistemológica como princípio político para a elaboração de concepções alternativas de objetividade científica a partir de atravessamentos étnico-raciais.</p> 2023-06-28T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2023 Rafael Petry Trapp https://revistahh.emnuvens.com.br/revista/article/view/1991 Seguimos numa busca incessante por um lugar 2022-09-15T11:05:45-03:00 Cláudia de Oliveira olive.clau@gmail.com Paula Guerra pguerra@letras.up.pt <p>O artigo propõe uma reflexão sobre a videoperformance Amuamas, feita pela artista brasileira Juliana Notari na <br />Amazônia brasileira em 2018. Partimos das premissas epistemológicas do ecofeminismo, que pensa o corpo feminino como índice de uma associação mais ampla entre o feminino e a natureza e entre a Mãe Terra e a Mata Virgem. Essa prática investigativa opõe-se à noção masculina e patriarcal de cultura que, ao se propor hegemônica e universal, milenarmente posiciona a Mulher e a Natureza como matéria de exploração. Fazemos um breve panorama da emergência da história da arte feminista, campo no qual se inserem artista e obra e que denuncia a narrativa tradicional da história, especialmente a história da arte, que exclui os oprimidos pelo capitalismo. Em seguida, analisamos a obra num esforço de reflexão que a coloca como uma denúncia das relações de opressão baseadas na colonialidade heterossexual do poder e na ocultação de histórias de violência contra os Outros, neste caso, contra o Outro feminino e o Outro natureza. Rematamos, reiterando que as Amuamas representam o encontro da artista com a floresta, mas não só, já que a floresta representa todas as mulheres e todos os Outros, mortos ou oprimidos pela colonialidade/modernidade, pelo homem, branco, europeu, cristão.</p> 2023-08-07T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2023 Cláudia de Oliveira, Paula Guerra https://revistahh.emnuvens.com.br/revista/article/view/1998 Tempo e História na aesthesis decolonial fílmica Mbyá-Guarani 2022-10-06T17:59:52-03:00 Luisa Tombini Wittmann luwittmann@gmail.com <p>Este artigo analisa parte da produção do Coletivo Mbyá-Guarani de Cinema a partir das noções de tempo e de história expressas em seus filmes (e filmagens) que, por um lado, denunciam um passado violento que se mantém no presente e, por outro, fortalecem suas lutas pelo território, pelo Bem Viver (nhanderekó). O foco da análise documental são os primeiros filmes do Coletivo - Mokoi Tekoá, Petei Jeguatá: Duas aldeias, uma caminhada (2008) e Bicicletas de Nhanderú (2011) -, quando o grupo constrói um fazer fílmico coletivo impulsionado pelos desafios da colonialidade. Para melhor compreender esta linguagem, fazemos uso do conceito de aesthesis decolonial, demonstrando que essa narrativa guarani não apenas combate o discurso eurocentrado, mas cria uma forma singular de filmar e de contar sua história ancorada nas relações entre oralidade, território e ancestralidade.</p> 2023-08-07T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2023 Luisa Tombini Wittmann https://revistahh.emnuvens.com.br/revista/article/view/1987 Mundo ao Revés 2022-08-11T16:34:16-03:00 Liz Andrea Dalfré liz.dalfre@gmail.com <p>Este artigo analisa como a socióloga aimará Silvia Rivera Cusicanqui identifica nas imagens presentes na obra Primer nueva corónica y buen gobierno,de 1615, do cronista Felipe Guamán Poma de Ayala, a construção de uma episteme visual para a América Andina. A socióloga boliviana ressignifica as imagens presentes nesse livro, evidenciando seu potencial teórico para a elaboração de conceitos e chaves de leitura que podem ser utilizados para a compreensão da história andina colonial e contemporânea. Em termos teóricos e metodológicos, são importantes para este artigo as reflexões críticas propostas por autores identificados às perspectivas pós-coloniais e decoloniais, além de estudos que se voltam <br />para epistemologias não canônicas, compreendendo-as como saberes fundamentais para um posicionamento crítico e descolonizador, como os trabalhos de Linda Smith e Boaventura de Sousa Santos. Por fim, essa reflexão demonstra a posição de Silvia Rivera Cusicanqui em torno de uma proposta de descolonização epistêmica, ao transformar Guamán Poma de Ayala em sujeito do conhecimento e ao demonstrar que a experiência da visualidade é também importante na formulação epistemológica da história.</p> 2023-08-07T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2023 Liz Andrea Dalfré https://revistahh.emnuvens.com.br/revista/article/view/2006 Mensagem, Présence Africaine, Black Orpheus 2022-07-30T18:59:14-03:00 Noemi Alfieri noemialfieri@edu.ulisboa.pt <p>This article dwells on reviews such as Mensagem (Lisbon), Présence Africaine (Dakar and Paris) and Black Orpheus (Ibadan) and on the transcontinental connections and international networks they established. While literature often tends to be considered, by the European tradition, as an individual practice, this contribution will focus on the collective editorial works that generations of young African intellectuals, strongly committed to the anticolonial movements and/or to Pan-African ideals, built through transnational connections in the 1960’s. The circulation of texts, authors, and translations between those reviews was deeply connected to a conception of art committed to the dislocation of the idea of center. Those projects addressed oral tradition, visual arts and claimed the dignity of these forms of knowledge. Despite often using the “Metropoles” as intellectual hubs, African epistemes, and their diffusion in and outside Africa, were central to the reflections of the above-mentioned editorial projects.</p> 2023-08-07T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2023 Noemi Alfieri