Passados que persistem na Amazônia peruana: disputas temporais e justiça entre os Ashaninka do rio Ene (1980-2017)
DOI:
https://doi.org/10.15848/hh.v11i28.1286Palavras-chave:
Ashaninka, Memória, História indígenaResumo
O objetivo principal deste texto é entender de que maneira a insistência ameríndia na persistência do passado é parte de uma estratégia política de não repetição. Para tanto, com base em pesquisa etnográfica e revisão bibliográfica, proponho abordar a experiência histórica dos Ashaninka que habitam a bacia do rio Ene, na Amazônia central peruana. Acredito que as discordâncias em relação ao entendimentos dos marcos temporais do “conflito armado interno” entre o discurso dos Ashaninkas e o discurso do Estado peruano pode nos ajudar a tensionar e, assim, levar a sério as percepções não-Ocidentais de tempo e de justiça. Ao discutir os limites e potenciais derivados da cosmologia indígena como um modo legítimo de ser e de se relacionar com o tempo e a política, creio que seja possível e necessário produzir valor ontológico e epistemológico para experiências diferenciadas de tempo, a fim de conceber a história como uma ferramenta ética que permita um espaço de reflexão para a justiça epistêmica.
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