A história como pintura: da dimensão pictórica à textual na historiografia francesa da primeira metade do século XlX
DOI:
https://doi.org/10.15848/hh.v12i30.1465Palavras-chave:
Historiografia francesa, Historiografia antiga, História modernaResumo
A apresentação de uma “história vívida”, capaz de “colocar os objetos narrados sob os olhos do leitor” ou a elaboração de uma “pintura da história” são procedimentos caros à historiografia francesa da primeira metade do século XIX. No entanto, esse investimento no caráter imagético da narrativa também pode ser encontrado nas reflexões clássicas e antigas sobre a escrita da história. Nesse artigo, o objetivo é discorrer sobre as possíveis reapropriações na historiografia francesa do período, de práticas e topoi antigos, como se verifica nas noções do ut pictura historia, da enargeia e da sunopsis. Para isso, recorre-se tanto a obras de referência, dicionários e enciclopédias, quanto a textos de autores como Prosper de Barante, René de Chateaubriand e Augustin Thierry. Como hipótese, sugere-se que o moderno dispositivo narrativo da cor local, que se desenvolve entre os séculos XVIII e XIX, incorpora e expressa as antigas demandas visuais da narrativa, no momento da reformulação conceitual que caracteriza a época moderna.
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