O mundo não é dos espertos
história pública, passados sensíveis, injustiças históricas
DOI:
https://doi.org/10.15848/hh.v12i31.1491Palavras-chave:
Escravidão, História Pública, JudaísmoResumo
Este artigo é um exercício de narrativa historiográfica pessoal. Parto de minha trajetória como pesquisadora da escravidão e historiadora pública para explorar as conexões entre a historiografia contemporânea da escravidão, as memórias de descendentes de africa-nos escravizados e as memórias de imigrantes judeus sobre o antissemitismo europeu do século XX. A partir do conceito de trauma cultural, a questão deste texto é: como lidar, pessoal e profissionalmente, com os passados sensíveis - traumáticos - brasileiros? Argumento que, a partir de minha vivência profissional, desenvolvi uma sensibilização não só em relação às injustiças históricas do nosso tempo, mas também àquelas relativas à minha história pessoal. E concluo que, se este tema vem sendo enfrentado, ainda que timidamente, pela sociedade brasileira, ele não pode ser ignorado pelos historiadores profissionais, justamente aqueles que, por dever de ofício, se dedicam a refletir sobre as conexões entre passado e presente.
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