Uma “imagem repensada interminavelmente”

notas em torno de Imagens apesar de tudo, de Georges Didi-Huberman

Autores

DOI:

https://doi.org/10.15848/hh.v14i37.1808

Palavras-chave:

Imagem, Imaginação, História

Resumo

Este artigo tece alguns comentários em torno do modo como o historiador e filósofo Georges Didi-Huberman analisa, em seu livro Imagens apesar de tudo, a crítica visual das imagens da história. Assumida pelo autor como “o olho da história”, a imagem possui uma tenaz vocação para tornar visível. Contudo, admite o autor, há documentos visuais da história que só podem ser restituídos de modo lacunar. Este estudo objetiva mostrar alguns argumentos pelos quais Didi-Huberman preconiza para o historiador uma política da imaginação, sucedâneo metodológico a toda investida na legibilidade plena e absoluta de uma “imagem autêntica do passado”. Ao fazê-lo, entendemos observar algumas facetas (filosófico-antropológicas) de uma proposta de resgate historiográfico junto às intermitências e opacidades de um olhar implicado pela imagem entendida como uma interminável “necessidade lacunar”.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Osvaldo Fontes Filho, Universidade Federal de São Paulo

Osvaldo Fontes Filho é doutor em Filosofia pela Universidade de São Paulo, com pós-doutorado na Universidade Estadual Paulista, desenvolveu pesquisas nas áreas de Ciências da Linguagem e Filosofia da Arte na Université François Rabelais de Tours/França, bem como no Centre d´Histoire et Théorie de l´Art da École de Hautes Études en Sciences Sociales de Paris. Docente no Departamento de História da Arte da Universidade Federal de São Paulo, e em seu Programa de Pós-Graduação. Como pesquisador, ocupa-se de questões teórico-metodológicas colocadas à História da Arte por alguns pensadores contemporâneos da imagem tributários, direta ou indiretamente, da Filosofia e do pensamento estético. É tradutor de Georges Didi-Huberman no Brasil.

Referências

AGAMBEN, Giorgio. Notas sobre o gesto. Artefilosofia, Ouro Preto, n. 4, p. 9-14, jan. 2008. Disponível em: https://periodicos.ufop.br/raf/article/view/731. Acesso em: 16 jan. 2021.

AGAMBEN, Giorgio. O autor como gesto. In: AGAMBEN, Giorgio. Profanações. Tradução de Selvino José Assmann. São Paulo: Boitempo, 2007. p. 55-64.

BARTHES, Roland. Roland Barthes por Roland Barthes. Tradução de Leyla Perrone-Moises. São Paulo: Estação Liberdade, 2003.

BATAILLE, Georges. Le Coupable. In: BATAILLE, Georges. Oeuvres Complètes. Paris: Gallimard Paris: 1973. v. 5, p. 235-392.

BATAILLE, Georges. L’expérience intérieure. Paris: Éditions Gallimard, 1986.

BATAILLE, Georges. La valeur d’usage de D.A.F. de Sade. In: BATAILLE, Georges. Oeuvres Complètes. Paris: Gallimard, 1970a. v. 2, p. 54-69.

BATAILLE, Georges. L’esprit moderne et le jeu de transpositions. In: BATAILLE, Georges. Oeuvres Complètes. Paris: Gallimard, 1970b. v. 1, p. 271-274.

BATAILLE, Georges. Esthète. In: BATAILLE, Georges. Oeuvres complètes. Paris: Gallimard, 1970c. v. 1, p. 236.

DAS CHAGAS FERNANDES, Francisco. A virada e a imagem: história teórica do pictorial/iconic/visual turn e suas implicações para as humanidades. Anais do Museu Paulista. Nova Série, São Paulo, v. 27, p. 1-51, 2019. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/anaismp/v27/1982-0267-anaismp-27-e08.pdf. Acesso em: 05 maio 2021.

DIDI-HUBERMAN, Georges. Imagens apesar de tudo. Tradução de Vanessa Brito e João Pedro Cachopo. São Paulo: Editora 34, 2020.

DIDI-HUBERMAN, Georges. Imagens-ocasiões. Tradução de Guilherme Ivo. São Paulo: Fotô Editorial, 2018a.

DIDI-HUBERMAN, Georges. Atlas ou o gaio saber inquieto. Tradução de Márcia Arbex e Vera Casa Nova. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2018b.

DIDI-HUBERMAN, Georges. A Pintura encarnada, seguida de A Obra-Prima Desconhecida de Honoré de Balzac. Tradução de Osvaldo Fontes Filho e Leila de Aguiar Costa. São Paulo: Editora Escuta e Editora FapUnifesp, 2012.

DIDI-HUBERMAN, Georges. Quando as imagens tomam posição. Col. O olho da história I. Tradução de Cleonice Paes Barreto Mourão. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2017.

DIDI-HUBERMAN, Georges. L´image ouverte: motifs de l´incarnation dans les arts visuels. Paris: Gallimard, 2007. Disponível em: https://www.findpdf.me/?p=L%27image+ouverte++Motifs+de+l%27incarnation+dans+les+arts+visuels&ln=fr. Acesso em: 12 jan. 2021.

DIDI-HUBERMAN, Georges. La question de l’indialectique. Avec Roland Barthes. Palestra no Collègew de France, 13 novembro 2015. Disponível em https://www.college-de-france.fr/site/antoine-compagnon/symposium-2015-11-13-10h00.htm. Acesso em: 16 jan. 2021.

FELDMAN, Ilana Imagens apesar de tudo: problemas e polêmicas em torno da representação, de “Shoah” a “O filho de Saul”. ARS, São Paulo, v. 14, n. 28, p. 135-153, 2016. Disponível em: https://doi.org/10.11606/issn.2178-0447.ars.2016.124999. Acesso em: 5 maio 2021.

FOUCAULT, Michel., Nietzsche, la généalogie, l’histoire. Dits et écrits 1954-1988, II. Paris: P.U.F., 1971. p. 145-172.

LACAN, Jacques, Le Séminaire, II. Paris : Seuil, 1994.

MICHAUD, Yves. Une herméneutique de l’absence: Didi-Huberman. In: MICHAUD, Yves. La crise de l’art contemporain. Paris: PUF, 1997. p.179-186.

PEREIRA, Ana Carolina Barbosa. Precisamos falar sobre o lugar epistêmico na Teoria da História. Tempo e Argumento, Florianópolis, v. 10, n. 24

Downloads

Publicado

2022-02-18

Como Citar

FONTES FILHO, O. Uma “imagem repensada interminavelmente”: notas em torno de Imagens apesar de tudo, de Georges Didi-Huberman. História da Historiografia: International Journal of Theory and History of Historiography, Ouro Preto, v. 14, n. 37, p. 201–219, 2022. DOI: 10.15848/hh.v14i37.1808. Disponível em: https://revistahh.emnuvens.com.br/revista/article/view/1808. Acesso em: 22 dez. 2024.

Edição

Seção

Artigo original