A agência dos mortos na teoria ator-rede a partir da descrição do translado da múmia de Ramsés II em Bruno Latour
DOI:
https://doi.org/10.15848/hh.v15i39.1889Palavras-chave:
Ação, Anacronismo, TemporalidadesResumo
O objetivo deste artigo é traduzir a teoria ator-rede para a historiografia com a finalidade de descrever a agência de
atores do “passado” no “presente”. Isto será feito a partir do resgate da descrição do translado da múmia de Ramsés II do Museu do Cairo para Paris em 1976, realizada por Bruno Latour em textos nos quais sustenta a sua tese da historicidade dos objetos científicos. A partir da descrição deste fenômeno, neste artigo visa-se a criar ferramentas etnográficas que permitam utilizar a teoria ator-rede na historiografia para traçar as políticas do tempo em redes compostas por agências multitemporais. Essa abordagem tem por justificativa contribuir para a investigação sobre as tanatoagências no “presente” como participantes legítimas que apresentam proposições nas controvérsias políticas. Por fim, neste artigo conclui-se que a teoria ator-rede pode ser uma metodologia eficiente para a descrição da agência dos mortos na coetaneidade desde que sejam consideradas as mediações implicadas nos processos de temporalização e seja assumido um pluralismo ontológico das formas de se fabricar o tempo.
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