A presença realizada na linguagem: com atenção especial para a presença do passado
DOI:
https://doi.org/10.15848/hh.v0i3.68Palavras-chave:
Presença, Linguagem, SentidoResumo
O objetivo deste ensaio é questionar se o que se chama "presença" das coisas, inclusive das coisas do passado, pode ser realizada na linguagem, inclusive na linguagem dos historiadores. A primeira parte esboça o que significa presença (a existência de objetos físicos e eventos espaço-temporalmente localizados). Aqui também se propõem dois tipos ideais: culturas de sentido (nas quais a interpretação de significado é de preocupação suprema, tanto que a coisidade das coisas é frequentemente obscurecida), e culturas de presença (nas quais capturar a tangibilidade das coisas é de extrema importância). No período moderno, passou-se a usar e interpretar a expressão linguística tipicamente como o modo pelo qual o sentido, mais do que a presença, é expresso, criando-se assim, um lapso entre linguagem e presença. Desta forma, a parte II do ensaio explora possíveis formas de se criar pontes entre esse lapso. De particular interesse para os teóricos da história são as instâncias nas quais as coisas podem se fazer presentes empregando-se o dêitico, o poético, e o potencial encantatório da expressão linguística. Conclui-se o ensaio na parte III com uma reflexão sobre a ideia de Heidegger de que a linguagem é a "casa do Ser", agora interpretada como a ideia de que a linguagem pode ser o meio pelo qual a separação entre seres humanos e as coisas (físicas) do seu ambiente pode ser superada.
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