Como Proust foi moderno: entre debates literários e conflitos culturais
DOI:
https://doi.org/10.15848/hh.v0i16.729Palavras-chave:
Terceira República Francesa, Recepção, ModernismosResumo
Neste artigo são discutidas questões relacionadas ao hoje famoso ciclo romanesco de Marcel Proust (1871-1922) intitulado Em busca do tempo perdido (A la recherche du temps perdu) e a sua recepção como um dos maiores cânones da literatura moderna no século XX. Tomando como referência comentadores contemporâneos ao lançamento do romance (os volumes foram publicados orginalmente entre 1913 e 1927), pretendo introduzir os leitores nos debates que buscaram arrogar a Proust o papel de arauto do modernismo literário. Dessa forma, apresentarei alguns debates tematizados pelos contemporâneos e que engajaram Proust e sua obra não apenas em querelas literárias, artísticas e estéticas, mas em discussões de maior amplitude social e cultural concernentes à Terceira República Francesa. Utilizarei historiografia específica, bem como bibliografia mais ampla, para mostrar que as querelas nas quais Proust e seu romance foram envolvidos concerniam não apenas ao debate literário e estético, mas também às temporalidades e historicidades de maior amplitude que permearam a sociedade e a cultura francesas.
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