Interseção de subjetividades: a presença indígena na escrita afetada dos jesuítas
DOI:
https://doi.org/10.15848/hh.v12i30.1431Palabras clave:
História indígena, Relaciones culturales, ColonialismoResumen
A produção escrita desenvolvida pelos membros da Companhia de Jesus ao longo da experiência reducional na América espanhola adquiriu novo fôlego de análise quando os estudiosos compreenderam que esses registros compunham a interseção entre as subjetividades dos seus autores e as demandas formais que a hierarquia da Ordem impunha aos missionários. Por isso, são frequentes os registros que contêm descrições detalhadas de cerimônias, práticas xamânicas, relatos sobre a mitologia e de outros aspectos relativos ao conhecimento prático indígena, que se situam entre a obrigação de registrar e o interesse do jesuíta. Neste artigo, pretendemos demonstrar que a presença, a atuação e os saberes dos índios também provocaram perturbações nesses registros, gerando o que chamamos de uma escrita afetada: a expressão discreta, já que não é proveniente de um esforço de convencimento por parte do narrador, do resultado da ponderação do missionário ou da influência direta ou indireta que os nativos exerceram a partir do contato e convívio reducional.
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