As “artes da memória'' em Michel de Certeau
DOI:
https://doi.org/10.15848/hh.v15i38.1782Palabras clave:
Michel de Certeau, Memória, HistoriografiaResumen
No campo da pesquisa histórica, Michel de Certeau tornou-se conhecido pelo trabalho da década de 1970 “A operação historiográfica”, que foi inserido na obra A escrita da História. A abordagem original que dera ao tema serviu de plataforma para várias investigações posteriores. Entretanto, a relação tensa inserida entre o conhecimento do passado e as “artes” da memória não receberam a devida atenção nos estudos históricos ou culturais. Esse é o objetivo deste artigo, buscando aprofundar as intuições postas acerca da temporalidade, do ato de lembrar e seu potencial de inconformidade. O intuito é apresentar hermeneuticamente a parte dedicada ao problema na obra A invenção do cotidiano: artes de fazer, publicada na França em 1980. Observa-se na reflexão, um distanciamento entre memória e historiografia, não apenas devido às capacidades e as características típicas da escritura, mas principalmente captado sob a influência da filosofia pragmática e da abordagem bioenergética da lembrança. As tensões apontadas pelo autor permaneceram pouco exploradas, posteriormente, na Teoria da História.
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