Ausência de longa duração e Presença ausente como desresponsabilização
Alguns apontamentos sobre a temporalidade histórica dos militares na Nova República
DOI:
https://doi.org/10.15848/hh.v17.2143Palabras clave:
Ditadura militar, Temporalidades, História do tempo presenteResumen
Este artigo analisa a emergência de diferentes temporalidades e linguagens políticas com a volta dos militares à cena política. Parte-se da premissa de que, desde a Lei da Anistia e da Constituição de 1988, uma vez assegurados seus privilégios e imunidades, eles estabeleceram mecanismos eficientes de regulação de sua presença / ausência do cenário político. Durante a Nova República (1985 - ), houve um regime de atuação militar de baixa intensidade até o golpe de 2016 e as eleições de 2018, quando o Alto Comando e altas patentes reassumiram protagonismo político. Essa alta exposição exigiu dos militares novas formas de produção de sua representação explicitando temporalidades, agenciamentos e categorias próprias desse universo e que, dada sua ubiquidade, desafiam a percepção ordinária da história. Esse contexto de crise (2016-2022) nos impeliu a analisar a mobilização desses mecanismos de presença / ausência da percepção pública como formas de desresponsabilização política dos militares ao longo da história recente.
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