A oficina do fragmento Método e processo historiográfico em Walter Benjamin
DOI:
https://doi.org/10.15848/hh.v13i32.1570Palavras-chave:
Metodologia da história, Escrita da História, Walter BenjaminResumo
Este artigo propõe uma excursão pela obra de Walter Benjamin na perspectiva do fragmentarismo construtivo que a caracteriza. Procura-se capturar os princípios metodológicos e epistemológicos que subjazem à prática historiográfica em Benjamin, no que ela contém de radicalmente experimental, articulando-os quer com a sua condição de existência como investigador-arquivista ou “escritor operante”, quer com o seu fatídico destino pessoal. Examina-se um método focado no particular, na descontinuidade e na concretude dos teores coisais; a criação de um saber histórico monadológico, reticular e constelacional, que arranca imagens do passado à sequência contínua da história universal; o confronto do artesanato benjaminiano com as exigências teóricas do materialismo dialéctico perfilhado pelos seus amigos e contemporâneos; a montagem de um inesgotável dispositivo intertextual e, por fim, a defesa da figura do autor-produtor, arauto de um tempo por vir onde o texto se tornaria um “bem comum”.
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