A história tem juízo

o juiz e o inquérito como modelos de autoria e procedimento analítico na escrita historiográfica

Autores

  • Durval Muniz de Albuquerque Júnior Universidade Federal do Rio Grande do Norte

DOI:

https://doi.org/10.15848/hh.v13i34.1623

Palavras-chave:

história da historiografia, Lucien Febvre, método

Resumo

O texto busca evidenciar, através da análise de um autor e de um livro considerados clássicos no campo historiográfico: O problema da incredulidade no século XVI: a religião de Rabelais, de Lucien Febvre, como o campo do direito e da justiça se colocam como fontes de modelos de procedimentos de investigação, de procedimentos de análise e de argumentação, e como fornecedores de um dado método de pesquisa para os historiadores. Como o juiz é, inclusive, tomado como um modelo de autoria, como uma figura que emula o papel desempenhado pelo historiador, na investigação e na escrita da historiografia. A História teria um papel judicativo, um papel avaliativo e compreensivo, daria lugar a um processo e lançaria mão de uma série de procedimentos que lembrariam a atuação de um juiz em um processo judicial e, por que não, numa investigação policial e judiciária. Seria o historiador um juiz dos tempos, dos eventos, submetendo os personagens históricos a um julgamento? São essas as questões que o texto procura responder.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ARISTÓTELES. Retórica. Tradução: Manuel Alexandre Júnior; Paulo Farmhouse Alberto e Abel do Nascimento Pena. São Paulo: Folha de S. Paulo, 2015.

BENTIVOGLIO, Júlio. Cultura política e historiografia alemã no século XX: a Escola Histórica Prussiana e a Historische Zeitschrift. Revista de Teoria da História, Goiânia, ano 1, n. 3, jun., 2010, p. 20-58.

DELEUZE, Gilles ; GUATTARI, Félix. Mil platôs: capitalismo e esquizofrenia, v. 5. Tradução Peter Pál Pelbart e Janice Caifa. São Paulo: Editora 34, 1997.

DOSSE, François. A história em migalhas: dos Annales à Nova História. Tradução: Dulce da Silva Ramos. Prefácio Elias Thomé Saliba. São Paulo: Ensaio; Campinas: Edunicamp, 1992.

FEBVRE, Lucien. O problema da incredulidade no século XVI: a religião de Rabelais. Tradução Maria Lúcia Machado; tradução dos trechos em latim José Eduardo dos Santos Lohner. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.

FEBVRE, Lucien. Combates pela história. São Paulo: Ariel, 1982.

GINZBURG, Carlo. Relações de força: história, retórica, prova. Tradução Jônatas Batista Neto. São Paulo: Companhia das Letras, 2002.

HORTOG, François. Le XIX siecle et l'histoire: le cas Fustel de Coulange. Paris: Université de France, 1988.

LANGLOIS, Charles; SEIGNOBOS, Charles. Introdução aos estudos históricos. Tradução Antônio Fontoura. Curitiba: Patolalivro, 2017. E-book.

LÉVI-BRUHL, Lucien. A mentalidade primitiva. Tradução Ivo Storniolo. São Paulo: Paulus, 2008.

PERELMAN, Chaïm; OLBRECHTS-TYTECA, Lucie. Tratado da argumentação: a nova retórica. Prefácio Fábio Ulhôa Coelho; tradução Maria Ermantina Galvão G. Pereira. São Paulo: Martins Fontes, 1996.

RABELAIS, François. Gargântua e Pantagruel. Tradução David Jardim Júnior. Belo Horizonte: Itatiaia, 2003.

Downloads

Publicado

2020-12-10

Como Citar

ALBUQUERQUE JÚNIOR, D. M. de. A história tem juízo: o juiz e o inquérito como modelos de autoria e procedimento analítico na escrita historiográfica. História da Historiografia: International Journal of Theory and History of Historiography, Ouro Preto, v. 13, n. 34, p. 17–40, 2020. DOI: 10.15848/hh.v13i34.1623. Disponível em: https://revistahh.emnuvens.com.br/revista/article/view/1623. Acesso em: 17 dez. 2024.

Edição

Seção

Artigo